Opinião – Autoestima

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Maria Manuel Leitão MarquesMaria Manuel Leitão Marques

O ano de 2012 foi o que sabemos e o ano de 2013 não se anuncia melhor. Para o passar ilesos, vamos precisar de muita resiliência e de bastante mais autoestima. Resiliência é a qualidade que nos permite sofrer embates sem nos deformarmos excessivamente. A autoestima ajuda-nos a ter mais confiança em nós próprios, na nossa capacidade para enfrentar os problemas.

Recordo para fechar o ano sem excesso de tristeza duas histórias de sucesso, uma pública e outra privada, ambas feitas com trabalho e empenhamento, mas sobretudo com uma forte convicção de que não somos piores do que os outros e que, por isso, podemos obter tão bons resultados como eles.

1. Em 2005, estávamos em 14.º e 16.º lugar nos dois índices dos serviços públicos eletrónicos na União Europeia. Em 2007 passámos para 3.º e 4.º. Quando deu os parabéns aos funcionários públicos responsáveis pela mudança, o Primeiro-Ministro perguntou o que faltava para que na avaliação seguinte, dois anos depois, ficássemos em primeiro. Começámos por nos assustar com o desafio, depois fomos estudar a questão, metemos mãos à obra e em 2009 ficámos em primeiro lugar em qualquer dos índices.

2. Na véspera de Natal, passei na pastelaria perto de minha casa em Coimbra, junto à praça Fausto Correia. Considero-a uma história de sucesso. Pela sua qualidade, mas sobretudo pelo esforço contínuo em inovação para oferecer produtos e serviços diferentes, e melhorar a sua apresentação. Compara-se com o que de melhor já vi dentro do género, mesmo sem beneficiar da “patine” da Versailles, em Lisboa, ou do “glamour” do Metropole, em Bruxelas. Nesse dia, perante a excelente organização na entrega das encomendas, elogiei a competência e a simpatia da empregada que me atendeu, com base na minha experiência desse e dos restantes dias do ano. Comovida, agradeceu e disse-me que nunca tal lhe tinha acontecido.

Pois é, somos muito amargos nas críticas, até pouco educados algumas vezes; somos parcos nos elogios e raramente puxamos pela autoestima das pessoas que nos rodeiam, pela sua capacidade de fazer bem o que lhes compete. Em 2013, sejamos mais generosos com os bons resultados que vemos ao nosso lado. E façamos para que os primeiros sejam precisamente os nossos! É uma pequena contribuição para controlar os danos? Talvez, mas seguramente não será irrelevante.

 

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