Coimbra está sempre a invocar as suas desventuras. É a cidade dos “queixinhas”! Todos estão nos seus casulos como se o mundo acabasse “daquela porta para dentro”!
Desde a autarquia à Universidade, passando pelos mais inimagináveis “serviços”, tudo gira à volta de corporações. Importantes para Coimbra, talvez, mas que nada significam para o País e para o Mundo.
Sair e espraiar-se no todo europeu e atlântico não é obra para “tais gentes”!
Temos sepultado o Primeiro Rei de Portugal, “escondido” na Igreja de Santa Cruz. A construção de um mausoléu que perpetue a sua memória é um acto de imensa gratidão a quem ajudou a fazer de nós Povo.
Coimbra, primeira capital do reino não pode ter vergonha da sua história.
Todas as civilizações têm os seus heróis; orgulham-se dos seus melhores. Coimbra não tem memória colectiva!
Os cidadãos estão sempre a tempo de mudar o rumo da história.
Tenhamos então a coragem necessária de dar o primeiro passo.
Coimbra e Guimarães deverão ser a curto prazo cidades irmãs. A vida das cidades faz-se em comunhão de interesses. Associadas valem exponencialmente mais. Deveremos assumir trabalhar em múltiplos saberes assumindo múltiplas responsabilidades. O individualismo tomou conta da nossa maneira de ser. O prejuízo é grande!
Está na altura de mudar. Mudar mesmo tudo, sem receio de ficarmos fragilizados. Ceder no orgulho de cada um, para potenciar o orgulho da comunidade.
Coimbra deverá assumir a responsabilidade de passar a ser o centro da lusofonia. Não existe nenhuma universidade com mais prestígio. Nenhum serviço de saúde é de excelência como o nosso. Nada é, “em lado nenhum” tão bom e perfeito como em Coimbra. Todos sabemos que é assim, mas carece de demonstração; não é um axioma!
Coimbra está no centro de um novo mundo lusófono. Fazer a ponte entre Europa, Africa e Américas assumindo a sua condição atlântica, é um passo tão corajoso como decisivo.
Luís de Camões foi um construtor de Coimbra. Poeta e boémio, arrogante e provocador, deu da nossa cidade uma imagem inimaginável de cidadania. Construiu uma ideia de Coimbra.
Vamos ter de recriar essa construção com uma nova metodologia de trabalho.
Um projecto para Coimbra passa pela conjugação de poucos factores. A “roda” já foi inventada! Só é preciso ter a coragem de anular e atirar para as calendas os incapazes.
Chega de sindicalistas e panfletários!
Precisamos de gente que se preocupe com o dia a dia da cidade; nada que umas empreitadas não resolvam!
Mas precisamos sobretudo de gente que saiba projectar o futuro sem destruir o presente. Perceber cada coisa a seu tempo, sem mutilar Coimbra e a zona centro de meios fundamentais para a nossa vida em comum.
Temos de ser a capital regional pelo que fizemos, que fazemos e que viermos a fazer. Os nossos vizinhos têm de reconhecer em nós a liderança capaz de assumir os desafios da modernidade.
Deveremos ser capazes de um exercício de humildade. A arrogância é má conselheira.
Se temos tanta coisa bonita para fazer em conjunto, porque andamos de costas voltadas?
Os nossos detratores agradecem!
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