A falta de médicos especialistas no Centro Hospitalar Leiria-Pombal (CHLP) está a provocar o aumento nas listas de doentes que esperam por consultas, admitiu à agência Lusa o presidente do conselho de administração.

“As consequências naturais e mais visíveis são os atrasos nas consultas de especialidade de prioridade normal em que, pelo facto de o número de médicos ser reduzido, não nos é possível fazer mais consultas e com menos tempo de espera”, sublinhou Helder Roque.

O responsável pelo CHLP frisou que a autorização excecional do Ministério da Saúde que permitiu agora a contratação de oito novos especialistas para este mês de novembro não colmata “a extrema carência” naquele que “é um dos hospitais do país com menor número de médicos”.

A administração dos hospitais de Leiria e Pombal informou que as áreas agora reforçadas são as de Psiquiatria, Otorrinolaringologia, Anestesiologia, Ginecologia, Ginecologia/Obstetrícia e Gastrenterologia, mas salientou que em futuros concursos espera ser contemplada com a entrada de um total de mais 46 médicos.

A entrada dos oito especialistas é vista “com satisfação” e resulta de “intensas e insistentes negociações entre o CHLP e a tutela [Ministério da Saúde]”, após “a penalização da não inclusão de qualquer médico no concurso nacional”, explicou.

“Não esperamos, desta vez, qualquer surpresa negativa”, avisou Helder Roque, recordando que “a correção das assimetrias que penalizam o desempenho do CHLP não se resolverá, infelizmente com este concurso”.

O CHLP presta serviço a cerca de 400 mil habitantes distribuídos total ou parcialmente pelos concelhos de Leiria, Batalha, Marinha Grande, Porto de Mós, Alcobaça, Nazaré, Ourém e Pombal.

Com uma lotação de 553 camas, o CHLP integra a rede nacional de urgência e emergência, lembraram os parlamentares na sua interpelação ao Ministério da Saúde, frisando que no Hospital de Santo André, em Leiria, em 2011 foram realizados 182.311 atendimentos urgentes, dos quais 80% (145.427) no âmbito do serviço de urgência.