As duas grandes instituições do ensino superior público de Coimbra – Universidade (UC) e Politécnico (IPC) – vão perder, respetivamente, 7,8 por cento e 8,3 por cento de transferências do Ministério da Educação e Ciência, se for para a frente, tal como está, o Orçamento do Estado para 2013, cuja votação na globalidade ocorreu ontem no Parlamento.
O reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva, diz que estão a pedir ao setor do ensino superior “uma fatia totalmente desproporcionada” como contributo para o equilíbrio das finanças do Estado.
Na mesma linha, o presidente do IPC, Rui Antunes, considera “perverso” o caminho de cortes sucessivos que tem vindo a ser seguido.
“O mais escandaloso e o que dá a medida exacta do sub-financiamento do IPC”, sublinha Rui Antunes, “é a comparação entre o financiamento que o Estado dá ao Politécnico de Coimbra (2.285 euros por aluno) e o financiamento atribuído pelo mesmo Estado por cada estudante nos ensinos básico e secundário”: de acordo com o relatório do Tribunal de Contas, o custo médio por aluno desses níveis de ensino na NUTS Centro (unidade territorial onde se localiza o IPC) é de 4.307 euros. João Gabriel Silva subcreve a denúncia porque a situação é semelhante na universidade.
Aliás, João Gabriel Silva, afirmou recentemente, na cerimónia do Dia da Faculdade de Medicina, que a instituição que dirige se encontra “no limite do funcionamento”, tendo já sido vítima de cortes de financiamento em 30 por cento desde 2010.
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