Rita Rato

Depois daquela tarde histórica a 29 de Setembro em que uma multidão imensa de mulheres e homens, crianças e idosos, novos e velhos responderam ao apelo da CGTP e inundaram o Terreiro do Paço para exigir a rutura com a política das Troikas (nacional e estrangeira) e com o lastro de empobrecimento e de destruição do país que tem gerado, a luta não parou.

No dia 5 de Outubro teve início a Marcha contra o Desemprego convocada pela CGTP-IN, que partiu em simultâneo de Braga e do Algarve rumo a Lisboa onde chega hoje. Durante uma semana a luta pelo emprego com direitos marchou pelas vilas e cidades de norte a sul do país enfrentando o sol e a chuva, força de todos aqueles, mulheres e homens, jovens e menos jovens, que estão hoje confrontados com o flagelo de desemprego, e a esmagadora maioria sem qualquer apoio.

É arrepiante ver a coragem daquelas trabalhadoras da Unitefi na Figueira que gritam bem alto a sua angústia de meses de salários em atraso, e a determinação dos trabalhadores dos Estaleiros Navais do Mondego que nunca baixaram os braços.

É arrepiante ver a disponibilidade convicta de todos aqueles que vieram para a rua reforçar esta Marcha, reforçando o caudal de muitas lutas que se travam hoje em empresas e locais de trabalho contra a aplicação das recentes alterações do Código do Trabalho, como o corte no pagamento do trabalho extraordinário e a imposição de mais horário por menos salário.

Os olhares, a dureza da vida marcada nos rostos (alguns ainda muito jovens), mas também a saudação calorosa e solidária de todos aqueles populares que nas praças e passeios saudavam e aplaudiam a Marcha são a prova de que existe hoje uma maior consciência de que têm que lutar e de que vale a pena lutar, para romper com este caminho de destruição das suas vidas e do país. É de uma importância extraordinária esta Marcha contra o Desemprego convocada pela CGTP-IN, pelo caminho que reforça e que vai continuar.

1 http://www.cgtp.pt/marcha-contra-o-desemprego