“Não poderia continuar a assumir-me como conselheiro de um Governo com um posicionamento com o qual discordo completamente”. As palavras de Norberto Pires, o professor especialista em Engenharia Mecânica e robótica na Universidade de Coimbra, que, entre fevereiro e julho, exerceu a presidência da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), servem para justificar a sua saída de dois organismos nacionais de “aconselhamento” governamental nas áreas da ciência e tecnologia e do empreendedorismo e inovação.
Ontem, em declarações ao DIÁRIO AS BEIRAS, Norberto Pires assumiu o abandono do Conselho Nacional para o Empreendedorismo e a Inovação (CNEI), onde tinha assento como representante do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CNCT), do qual se retira também.
Em rota de “colisão” com o Governo liderado por Passos Coelho desde que, há praticamente dois meses, deixou a presidência da CCDRC, Norberto Pires assume agora a sua “total discordância” do rumo que a governação tem assumido, afirmando tomar tal posição “por imperativo de consciência” e na sequência de mais um conjunto de medidas anunciadas, terça-feira, pelo ministro das Finanças. “Esta foi a gota de água”, afirmou, sublinhando a total “falta de esclarecimento da razão e necessidade” de mais este conjunto de medidas de tal gravidade para o país.
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