Quem é que sai a ganhar com a revisão do contrato de concessão?
Essencialmente, os clientes.
E quem é que sai a perder?
O nosso objetivo foi que todos ficássemos a ganhar – os consumidores, a concessionária, a concedente (a Câmara da Figueira da Foz), a qualidade do serviço.
Ficaram a perder os investimentos que estavam previstos?
O plano de obras foi projetado para a Figueira atingir as metas europeias (foram ultrapassadas, com uma taxa de cobertura de 99 por cento na rede de água e de 94 por cento na rede de saneamento básico). Tínhamos, porém, de facto, valores de empreitadas mais significativos que foram laminados. O que importa esclarecer é que esta redução não se traduz numa diminuição da qualidade do serviço.
O aditamento ao contrato foi impulsionado pela lei ou pela Câmara da Figueira da Foz?
Os desafios eram a adequação ao novo regime tarifário e também fomos contactados formalmente pela Câmara da Figueira da Foz no sentido de ajustarmos o tarifário com medidas de caráter social que pudessem dar uma resposta concreta a quem tem mais dificuldades. (…) As zonas rurais usam ainda muitos poços para o consumo humano de água. Para além de ser uma situação perigosa para a saúde pública, é antirregulamentar, sujeito a fiscalizações e a multas. Sabemos que para aguentar a pressão do nosso sistema vão ter de alterar a rede e que isso fica caro, mas, a partir de agora, passam a ter um incentivo (oferta de três mil litros de água para todos os clientes).
Para 2015 estava previsto um novo aumento. A revisão do contrato de concessão anulou-o?
Com esta alteração não haverá mais nenhum aumento tarifário. Haverá (apenas) a atualização em função da taxa de inflação.
Os figueirenses queixam-se do estado em que fica o pavimento das vias rodoviárias após a intervenção da Águas da Figueira.
A questão dos pavimentos é claramente um desafio para melhorarmos a nossa prestação. Muitas vias já estão a ser reparadas. Temos vindo a fazer um esforço, conjuntamente com a câmara.
O país está a atravessar uma das mais severas secas dos últimos anos. Até onde podem ir os recursos hídricos do concelho sem chuva?
A origem principal é o rio Mondego. Portanto, a menos que haja um cataclismo, não devemos ter problemas.
Esta entrevista pode ser ouvida na íntegra no programa “Clube Privado” da Foz do Mondego Rádio (99.1FM), às 19H00 de sexta e de sábado e às 22H00 de domingo, e em www.asbeiras.pt.