Quais são as expetativas que há para a edição deste ano da Expofacic, a maior, em termos de dias?
Está tudo a correr da mesma forma. As expetativas são as mesmas do ano passado. Basta constatar dois ou três exemplos para ver porque assim é. Primeiro temos mais patrocinadores do que o ano passado, embora tenhamos o mesmo valor. Temos o mesmo número de expositores – a feira está completa, e temos o mesmo número de expositores em lista de espera que havia no ano passado. De modo que, penso, estão criadas todas as condições para se fazer uma Expofacic com a mesma qualidade.
Na sua opinião, a crise que o país atravessa é aproveitada por estes agentes económicos como uma oportunidade?
Pode-se entender assim. As pessoas estão cansadas de ouvir falar em crise e penso que os comerciantes, industriais e prestadores de serviços, têm de encontrar portas de saída nos seus negócios. E, portanto, poderão ver na Expofacic uma porta de saída para a crise que o país atravessa. Como tal, temos a feira cheia e esta lista de espera que referi. Fala-se muito, por exempo, na crise automóvel onde se sente uma quebra de vendas muito grande, mas a zona do setor automóvel ficou, uma vez mais, completa, a parte agrícola igualmente completa. Ora, penso que a Expofacic pode ser uma porta de saída para muitos comerciantes e industriais.
Com uma lista de espera tão grande, o que esteve na base da vossa decisão do que entra ou não no certame?
Damos sempre preferência às pessoas/empresas que estão nos anos anteriores. Depois fazemos uma seleção que vise, de certa forma, criar uma mais valia à feira. Não queremos massificar, pois não podemos ter tudo com móveis ou tudo com aparelhos elétricos. Queremos sempre dar um valor acrescentado à feira em termos de expositores e de oferta dos produtos.
Como foram as reações em relação ao crescimento da Expofacic em dois dias?
Houve três fatores fundamentais para que se tivesse verificado este aumento. O primeiro prendeu-se com o facto do feriado municipal, 25 de julho, ter sido a uma quarta-feira e, caso se começasse a feira na sexta-feira anterior, como sucedeu nos últimos anos, a Expofacic, nesta altura já tinha terminado, pois acabaria no dia 29. E, nessa data, os emigrantes não poderiam usufruir da feira. Sabemos que os emigrantes gostam de poder ter sempre dois ou três dias de feira. O segundo esteve relacionado com a “pressão” dos expositores para aumentar o número de dias e, este ano, isso possibilitou-se. Terceiro, e um pouco relacionado com o primeiro, os emigrantes que habitualmente só chegam durante o mês de agosto. Assim têm cinco dias para poderem usufruir do evento. Estes três fatores somados levaram-nos a tomar esta decisão que, na nossa opinião, é a mais adequada.
Em termos de área, e o facto de haver uma lista de espera, não poderá levar a que as próximas edições tenham um aumento de área?
Não sou apologista disso, porque tudo tem o seu limite. Quando deixar de haver lista de espera é porque alguma coisa aconteceu de mal.
Mas a feira não tem hipótese de crescer?
Tem hipótese de crescer, mas eu penso que não deverá, porque está na dimensão certa. De outra forma começa a ter um corpo muito grande. Há uma coisa que penso que se devia criar, que está nos projetos da Câmara Municipal de Cantanhede, que é um pavilhão coberto, ocupando uma parte do relvado, para albergar marcas internacionais que só expõem em espaços cobertos. Há empresas a quem temos feito convites mas que só expõem nesses espaços. Aí tudo bem. Mas isso é uma coisa muito limitada e não pode ser exagerada. Se cobrir a área toda, a feira deixa de ter as caraterísticas que tem e isso pode ter efeitos negativos.
Sabendo que é difícil, todos os anos, ter novidades, o que foi apresentado este ano como novidade?
Desde logo os dois dias a mais. Depois há uma exposição de meios de transporte de vinda à feira de Cantanhede, desde o princípio do século XX até aos dias de hoje, na zona norte do certame. Na área agrícola – que tem feito as delícias das crianças – uma zona animais selvagens (cerca de 150 m2) e outra com aves exóticas, do mais bonito que tenho visto. Também houve o programa da TVI, com seis horas em direto do recinto.
Sentiram dificuldade em contratar os artistas, pelo facto de haver muitos festivais, para atuaram na Expofacic?
Sim, hoje sente-se. Eu faço um paralelismo com o 2003, ano em que contratamos Daniela Mercury, a primeira artista internacional e, em 2004, foram contratados os Scorpions e só havia concertos de artistas internacionais no pavilhão Atlântico, em Lisboa. Hoje, como há muitos festivais, há mais dificuldade, pois não queremos repetir os artistas. Mas as repetições vão acabar por acontecer, pois já recebemos muitos.
Apesar da presença de artistas internacionais continuam a conseguir manter a autosustentabilidade da feira?
Sim, isso continua a ser conseguido e é algo que queremos manter.
Há uma aposta muito forte nos dj’s, porque já há um público específico para estes artistas?
Sim. Há, claramente, um público – a partir dos 16/17 anos que, quando acabam os concertos do palco 1, dirigem-se para o palco Sagres. Temos os melhores dj’s nacionais a passar, ao longo destes dias, pela feira.
O que seria um ano positivo em termos de visitantes?
Se no final for igual ao ano anterior é positivo. Não há uma meta de atingir estes ou aqueles números em termos de visitantes.
Se tivesse de convencer alguém a visitar a 22.ª edição da Expofacic, o que dizia?
Há 500 expositores a dar a conhecer e a expor os mais diversos produtos e com uma grande vontade de fazer negócio. Sete palcos em que há músicas para os diferentes gostos e dedicados aos espaços temporais mais diferenciados. O palco 1 é o dos grandes concertos e depois há o da música eletrónica, dos ranchos, entre outros. Há uma área de estacionamento grande que este ano ainda foi aumentada. Estão reunidas as condições para as pessoas virem vários dias porque temos condições para receber, 43 tasquinhas, entre muitas outras coisas.