Joaquim Valente
A sociedade actual, com um afastamento progressivo em termos económicos e culturais, do mundo rural, tornou-se mais urbana, com espaços físicos muitas vezes agressivos e artificiais, provocando no ser humano estados de grande desgaste físico e psíquico.
O contacto com a Natureza enriquece-nos para além do que se possa imaginar, abrindo-nos um mundo fascinante, que pode ir da fruição de paisagens atraentes, até às virtualidades educativas e culturais, permitindo treinar a nossa capacidade de observação e de interrogação. Devemos preservar os sistemas naturais que em vez de serem destruídos devem ser valorizados, dado o extremo estado de degradação a que chegaram os ecossistemas, acentuando o risco da incidência dos incêndios mesmo em épocas do ano consideradas normalmente pouco prováveis.
A natureza também deve ser considerada para além do seu valor natural e cultural, como um espaço físico ideal para o desenvolvimento da actividade turística cuja implementação deve ser baseada em critérios de sustentabilidade. Por estas duas razões foi criado o Programa Nacional de Turismo da Natureza, PNTN, que resultou de uma parceria entre a Secretaria de Estado do Ambiente e do Turismo, apoiado em quatro vectores principais: conservação da natureza, desenvolvimento local, qualificação da oferta turística e diversificação de actividades.
O turismo de natureza é exemplo de desenvolvimento sustentável pois que o rendimento gerado é aplicado na preservação do património local, pressupondo intervenções ligeiras no meio envolvente, com ausência de urbanizações, de massificação e de menor produção de poluentes.
O turismo de natureza desenvolve-se em espaços naturais, onde se relacionam meio ambiente, ócio e turismo, e onde o Homem pode ao mesmo tempo admirar, estudar e desfrutar da viagem, da fauna, da flora e das marcas culturais passadas e presentes, tendo como base comum a natureza.
Devido à emergência de novas culturas, mentalidades e conceitos de vida, há, hoje uma preferência dos agentes turísticos em relação aquelas áreas da natureza evidenciando uma mudança no tradicional produto “sol – praia”. Hoje o turista tem critérios de avaliação mais exigentes, possui uma consciência cívica de protecção ambiental, com procura diversificada, surgindo os espaços naturais como áreas de destino, com procura cada vez mais crescente, quer em actividades de lazer, quer em actividades de desporto.
O Parque Natural da Serra da Estrela, onde se localiza grande parte do concelho da Guarda, constitui-se como zona privilegiada do turismo de natureza, onde a oferta é de grande qualidade, e a baixo custo promovendo actividades lúdico-desportivas, educativas e culturais, com uma gastronomia genuína e impar, longe da massificação das zonas urbanas, compatível com a conservação dos valores naturais e culturais, de que é exemplo o ecoturismo.
Para quem puder ter uns dias de descanso e lazer, a baixo custo, e ajudar ao mesmo tempo a desenvolver as precárias economias rurais do interior da País, procure-nos e decerto que não se arrependerá!