Opinião – Crise?…

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Ricardo Castanheira

Qual crise?… Portugal – ou pelo menos uma parte dele – continua a viver na abundância… Assim parece.

Figueira da Foz. A vetusta “Praia da Claridade” não se poderá queixar apenas do vento, das baixas temperaturas para a época e da falta de dinheiro. Deve, desde logo, queixar-se de si própria e da inabilidade dos seus para fazer dela um sério e verdadeiro referencial turístico. E tanto que precisa!

Chegado de um país (Brasil) onde a escassez de muita coisa sempre foi genialmente superada pela simpatia e pela disponibilidade inata para servir, constrange-me ver um dado Portugal a comportar-se com a mesma arrogância e desinteligência de sempre.

Sinceramente não compreendo para que serviram rios de dinheiro empatados ao longo destes anos em empresas municipais de turismo, em ações de promoção em feiras internacionais e semanas de gastronomia local, nem para onde foram milhões (supostamente) aplicados em formação e capacitação profissional na restauração e hotelaria locais.

Afinal de contas, esta semana, testemunhei diversos restaurantes, na Figueira da Foz, onde deixam de servir às dez da noite (!!), outros que apenas vendem a “rainha sardinha” aos sábados e domingos ao almoço e, regra geral, uma falta de profissionalismo e simpatia atrozes. Mais parece um sacrifício ter de atender e servir os cada vez menos clientes deste canto à beira-mar plantado. Coisa chata esta da época alta!

Por isso mesmo aquilo que poderia parecer uma provocação – o título do presente artigo – não o é. Na verdade, o que se espera de um país que está a viver dos mais difíceis momentos da sua história económica e social é que aumente a produtividade, a eficiência e o profissionalismo como caminhos únicos para a recuperação.

Todavia aquilo que, infelizmente, testemunhei, nos últimos dias, foi a ausência de brio e de empenho de empresários e colaboradores num setor estratégico para a região e país.

Quem dera fosse mentira, mas a crise existe mesmo! E a leviandade também!…

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