Opinião – Impulso jovem: precariedade, baixos salários e outra vez o desemprego

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Rita Rato

O Governo PSD/CDS, que andava há mais de 2 meses a falar do dito ”combate ao desemprego jovem“, apresentou esta semana um conjunto de medidas recauchutadas do anterior Governo Sócrates: estágios precários e muito mal pagos; dinheiros da Segurança Social (dos descontos dos trabalhadores) para dar aos patrões para “estimularem” a contratação de jovens; redução da TSU para as empresas.

Nos entretantos, e não por mero acaso, o Governo aprovou, com o apoio do PS, alterações ao Código do Trabalho que impõem mais trabalho por menos salário, o roubo nas horas extraordinárias, a facilitação e o embaratecimento dos despedimentos.

Ora não podem dizer os subscritores do Pacto de Agressão da Troika, PS, PSD e CDS, que o aumento dramático do desemprego é uma surpresa. Um Pacto de Agressão que promove a recessão económica, o empobrecimento de largas camadas da população, a falência de milhares de empresas e a destruição de milhares de postos de trabalho não teria outro resultado que não o aumento do desemprego.

Não é possível a criação de emprego sem crescimento económico sustentado.

Não resolve problema nenhum de competitividade e produtividade económica a aposta na criação de estágios precários e muito mal pagos, que apenas vão originar após a sua conclusão, novamente mais desemprego.

Não resolve problema nenhum de competitividade e produtividade económica a substituição de trabalhadores com direitos por trabalhadores sem direitos.

Não resolve problema nenhum de competitividade e produtividade económica a descapitalização da segurança social, através da utilização de dinheiro dos descontos dos trabalhadores para cobrir a redução da TSU e para pagar aos patrões para contratarem jovens trabalhadores a preço de saldo.

O problema da competitividade e da produtividade da economia portuguesa não se resolve sem a valorização dos salários, do trabalho e dos trabalhadores, sem a redução dos custos de contexto (energia, matérias-primas, telecomunicações) e sem a garantia de acesso ao crédito por parte das PME´s.

A defesa de um país mais justo e soberano é inseparável da derrota do Pacto de Agressão da Troika, da valorização do trabalho, da defesa da produção nacional, das pescas e da agricultura. Vamos a isto!

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