Opinião – Financiamento dos Bombeiros Voluntários de Coimbra

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João Silva

Nos últimos anos a Câmara Municipal de Coimbra tem vindo a apoiar financeiramente esta Associação – com base num Protocolo de Colaboração, em que são estabelecidas as sua obrigações perante o Município, nomeadamente através da intervenção do Corpo de Bombeiros -, com um subsídio de 40.000 € (quarenta mil euros) ano.

Este apoio representou, em 2010, 13,21 % da receita total obtida, o que não pode deixar de se considerar uma percentagem extremamente baixa tendo em conta a actividade desenvolvida pelo Corpo de Bombeiros Voluntários, reflectida no quadro abaixo, mas também o inestimável contributo dado pela Associação, na sua globalidade, ao Município de Coimbra, pela intervenção social e cultural, e sobretudo pela responsabilidade assumida perante a comunidade, de disponibilidade permanente – com cidadãs e cidadãos voluntários -, preparados para intervirem, 24 sobre 24 horas, em todas as necessidade de protecção e socorro aos seus concidadãos e aos seus bens.

Por outro lado, os Bombeiros Voluntários de Coimbra, complementaram a acção da Companhia de Bombeiros Sapadores de Coimbra, unidade orgânica da própria Câmara Municipal, não tendo em circunstância alguma e apesar do seu estatuto de bombeiros voluntários, faltado com a sua presença e competência aos chamamentos que lhes foram feitos.

Com um Corpo Activo de 77 Bombeiros Voluntários é evidente que esta Associação é um importante elemento na estrutura de Protecção Civil Municipal, da responsabilidade da Câmara, e também um equipamento de importância estratégica para a Cidade, porque está sedeado no seu coração, numa área de evidente risco, e, ainda, um contributo à qualidade de vida urbana pelo que representa de suporte “psicológico” no campo social e económico.

Apesar do reduzido apoio financeiro municipal, tem sido possível a “sobrevivência”, mas também não mais do que isso, desta Associação e dos seus Bombeiros, graças aos sócios e aos apoios de instituições e empresas.

Acontece que em 2011, por razões diversas, entre as quais a crise económico-financeira, que levou à diminuição do número de associados e sobretudo à drástica diminuição do apoio em donativos por parte de cidadãos e empresas, conjugada com a diminuição do número de serviços requisitados e o aumento dos encargos com combustíveis, gás, electricidade e água, aconteceu um desiquilíbrio entre as receitas e as despesas de que resultou a necessidade de recurso ao crédito e a não realização de alguns objectivos de renovação de equipamentos de protecção individual fundamentais para os bombeiros.

Importa sublinhar que desde 2010 não há aumentos de vencimento dos funcionários, houve a redução de um elemento e que o apoio administrativo se reduz a dois funcionários, estando os restantes afectos ao serviço de ambulâncias, para além de uma única auxiliar de limpeza que zela por todo este espaço e faz o tratamento das roupas, com evidentes dificuldades.

Não vemos, por isso, qualquer margem de intervenção a nível de gestão que permita diminuir os encargos correntes e também já verificámos que por mais campanhas e iniciativas que realizemos os resultados são mais do que modestos. Temos feito peditórios, lançado campanhas na comunicação social ou através das redes sociais e os resultados têm sido verdadeiramente decepcionantes. Os cidadãos, as instituições e muitas empresas de Coimbra, por muitas palavras simpáticas que nos dirijam, não assumem, na generalidade, qualquer preocupação com o risco nem estão motivados para a intervenção solidária que nos permitiria funcionar com o mínimo de condições.

Não nos resta, consequentemente, outra s olução que não seja recorrer à Câmara Municipal de Coimbra, entidade responsável pela Protecção Civil e perante a qual respondemos neste âmbito, apresentando o nosso Plano de Actividades e Orçamento, e referindo que se torna indispensável e imprescindível o aumento do apoio financeiro para o corrente ano e ainda a sua concretização urgente.

Entendemos as dificuldades financeiras que a Câmara de Coimbra, porventura, enfrentará, mas estamos certos que a importância da missão que realizamos, e a nossa história e o nosso futuro partilhado com Coimbra, e as condições particularmente dificeis que enfrentamos, são elementos suficientes para obter uma decisão positiva e urgente a esta nossa solicitação.

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