“Definitivamente todos sentimos a crise”. O desabafo do secretário-geral da Queima das Fitas, ontem, diz bem das preocupações da estrutura permanente da festa dos estudantes.
“Houve menos afluência ao parque e, lá dentro, mesmo nas noites de enchente, os concessionários notaram um consumo muito menor”, afirma André Gomes, que não tem dúvidas: “Se quisermos manter a queima, como a atual, é preciso fazer várias mudanças e eu vou propor uma reunião, alargada a antigos secretários-gerais e comissários, precisamente para refletirmos sobre o futuro”.
Falando a título pessoal, André Gomes adianta algumas hipóteses, que possibilitem “aliviar” a carga de custos, para os clientes do parque, nomeadamente, os estudantes. “Nos moldes atuais fica difícil continuar a praticar estes preços”, refere o secretário-geral, admitindo, porém, não saber exatamente onde cortar. “A minha opinião é que os bilhetes pontuais possam ter uma redução, já no próximo ano”, afirma o responsável.
Quanto ao bilhete geral, André Gomes diz que o preço “deve manter-se”, embora se deva procurar mais patrocinadores que “possam aliar as vantagens comerciais à venda do bilhete”.
Sem adiantar detalhes, cita o caso do apoio da TMN – que garantia 40 por cento aos detentores do bilhete, mas que, “talvez pela divulgação um tanto em cima”, pouco se refletiu nas vendas, uma vez que o volume de bilhetes gerais pagos foi, este ano, semelhante ao do ano passado.
Noutro plano, o secretário-geral aproveita para esclarecer que a Queima das Fitas não se resume ao parque e, “também por isso, é muito redutor” considerá-la uma espécie de festival de música. “Pelo contrário, a queima é muito mais”, garante, explicitando: “A queima é desporto, é cultura, é lazer, é solidariedade e todas estas e outras atividades têm um peso, no orçamento global, muito superior ao do parque”.
“Avaliação global é muito positiva”
André Gomes deixa, também, uma palavra de grande apreço pelo trabalho e pelo sentido de responsabilidade dos comissários da comissão organizadora. “Se tudo correu bem, este ano, muito se fica a dever a todos eles”, afirma. Está visto que o secretário-geral tem uma “avaliação global muito positiva” da Queima das Fitas’2012. O caso da segurança é elucidativo: “o reforço que fizemos produziu efeitos e a verdade é que, à organização, não chegou nenhuma queixa de problemas no recinto”.
Por fim, André Gomes abordou as relações da festa com a cidade e com os seus habitantes. “Coimbra percebeu, este ano, que a Queima das Fitas se preocupa com ela”, orgulha-se. Em causa o acordo sobre as limitações de ruído que a câmara municipal propôs à queima e que, segundo aquele responsável, “foi aceite de bom grado”. Aliás, conclui André Gomes, “esta mudança vai notar-se ainda mais nos próximas festas”.
A terminar, o registo de um episódio curioso, que revela que os estudantes querem sempre mais: na quinta-feira, no seguimento de rumores sobre a existência de uma noite extra da Queima das Fitas, a comissão organizadora viu-se obrigada a desmentir publicamente essa informação.
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