Jovens marcharam em Coimbra contra exclusão com base na orientação sexual

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Centenas de jovens percorreram hoje ruas de Coimbra a manifestar-se contra a exclusão com base na orientação sexual e identidade de género, dançando aos ritmos tropicais do samba, entremeados pelos sons celtas da gaita de foles.

Perto de meio milhar associaram-se, assim, às comemorações mundiais do Dia Internacional de Luta Contra a Homofobia e Transfobia, concentrando-se nos jardins do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, atravessando a Baixa, e terminando no centro de convívio universitário da Praça da República e Jardim da Sereia.

À Baixa transportaram um colorido de festa e alegria, com danças e cânticos “sambados”, entrecortadas com palavras de ordem como “Troika só na cama” e “Eu só quero amar, só isso”, algumas delas também comuns aos cartazes que empunhavam.

O ambiente festivo em que transformaram as ruas, com remissões cariocas, “roubou” sorrisos e trouxe às portas dos estabelecimentos comerciais clientes e funcionários, rompendo com a tranquilidade soturna que marcava o final da tarde na Baixa.

A meio da rua Visconde da Luz, da varanda de uma loja de modas, um dirigente da associação “Não te Prives”, Paulo Jorge Vieira, leu um manifesto para os participantes na marcha, em que reafirmou a recusa de “um sistema binário de género”.

A alusão à consagração legal do casamento de pessoas do mesmo sexo em Portugal despertou o regozijo. Ao invés, surgiram expressões de repúdio entre os manifestantes com a alusão aos entraves ao “direito a ser pais e mães”, ao reconhecimento da diversidade familiar e à “repressão e perseguição” por razões de género.

“Não aceitamos a concessão de direitos pela metade”, sublinhou o porta-voz dos manifestantes, ao mesmo tempo que apelava à manifestação no espaço público, “para combater a vergonha”, e à luta “pela justiça sexual e direitos humanos”.

O já habitual “beijaço”, no largo fronteiro ao Panteão Nacional da Igreja de Santa Cruz, onde repousam os restos mortais do primeiro rei de Portugal, não despertou muitas adesões entre os manifestantes, apesar do apelo de uma jovem brasileira ao megafone, seguido da explicitação com a sua companheira.

O final do dia a Praça da República acolheria o “Beijaço II”, antes de se iniciar um Arraial no Jardim da Sereia.

Pela noite a dentro, a partir das 23 horas, o bar “Pop Fresh” receberia a “Festa Fora do Armário, com show de transformismo”.

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