Estudo de viabilidade da Linha do Oeste entregue ao Governo

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Um estudo que demonstra ser viável diminuir os custos de exploração e aumentar o número de passageiros na Linha do Oeste foi entregue ao Governo pela plataforma que contesta o fim de serviço de passageiros.

“Entregamos hoje a versão final do estudo que apresenta um conjunto de medidas que permitem atingir os resultados mínimos exigíveis para que o comboio se mantenha”, disse à Lusa Fernando Costa, presidente da câmara das Caldas da Rainha e um dos fundadores da plataforma que defende a continuidade do serviço de passageiros na Linha do Oeste.

O estudo, a que a Lusa teve acesso, demonstra que “as razões apresentadas [pelo Governo] para a suspensão do serviço [de passageiros] na linha do Oeste não são válidas” e conclui ser possível, sem investimento, ” melhorar os resultados de exploração”.

O autor do estudo, o especialista em transportes Nelson Oliveira, considera que a adequação entre a oferta e procura na linha permitirá, num horizonte de três a cinco anos, um “acréscimo de passageiros em 16 por cento e a redução de 22 por cento no custo de passageiro por quilómetro.

Para isso avança um conjunto de propostas que estima traduzirem-se “numa redução imediata de custos de exploração em cerca de 10 a 25 por cento”.

O estudo propõe que as composições passem a ser direcionadas para Coimbra (e não para a Figueira da Foz), e que o número de comboios seja reduzido para quatro em cada sentido.

Defende igualmente a articulação dos horários dos comboios com a oferta rodoviária, a correção de “distorções tarifárias” nalguns percursos e que sejam publicitadas as vantagens do transporte rodoviário.

No documento que hoje será entregue ao secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Silva Monteiro, a linha é considerada “em muito boas condições de conservação” permitindo “uma resposta concorrencial com o modo rodoviário”.

O material circulante (comboios) “antigo e pouco confortável e a “oferta desadequada“, em termos de horários e destinos, são dois dos fatores apontados como causas da baixa utilização do comboio, que atrai apenas “um por cento” dos passageiros.

Um índice que, segundo Nelson Oliveira, abre “uma larga margem para captação do mercado” que poderá ser potenciado com a elaboração de “um estudo de mobilidade da Região Centro de forma a quantificar de forma adequada os fluxos de deslocações”.

A plataforma formada por autarcas, deputados e associações empresariais, pretende “sensibilizar o Governo” tanto para estes argumentos como para “os benefícios da linha para o Oeste e para o país”, sublinha Fernando Costa.

O serviço ferroviário na Linha do Oeste abrange, segundo o estudo, direta ou indiretamente, os concelhos de Sintra, Sobral de Monte Agraço, Mafra, Malveira, Torres Vedras, Lourinhã, Peniche, Cadaval, Bombarral, Óbidos, Nazaré, Alcobaça, Batalha, Marinha Grande, Leiria, Pombal, Figueira da Foz, Montemor-o-Velho e Coimbra, cuja população residente é de cerca de 1,2 milhões de habitantes.

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