Politécnico de Leiria cria cadeira de rodas ‘low cost’ comandada pela voz e íris

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O Instituto Politécnico de Leiria (IPL) criou um protótipo de uma cadeira de rodas ‘low cost’ que é comandada pela voz e pela íris, disse à Lusa um dos professores responsáveis pelo projeto, Ricardo Martinho.

“A mais-valia deste projeto está no seu baixo custo e no facto do módulo poder ser adaptado à maior parte das cadeiras de rodas que não possuem motorização, como aquelas que se encontram habitualmente num hospital”, explica aquele que é o coordenador do curso de Informática para a Saúde, que integra o departamento de Engenharia Informática da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) do IPL.

Uma cadeira de rodas autónoma “pode custar entre 10 e 30 mil euros”, mas este projeto tem condições de assegurar que a comercialização ronde os 2500 euros, sublinha à Lusa, por outro lado, o coordenador do departamento de Engenharia Informática da ESTG, Patrício Domingues.

O mesmo responsável revela que o preço de produção deste protótipo não ultrapassou os mil euros. “É uma diferença muito grande em relação aos preços proibitivos a que as cadeiras de rodas autónomas podem atingir”, enfatiza.

Para a criação deste protótipo foi utilizado um portátil ‘low cost’, uma placa de aquisição de dados, dois motores, duas rodas, um microfone com auscultadores, duas ‘webcams’ e um capacete.

Uma vez concluído o protótipo, a fase seguinte passa por encontrar financiamento, desenvolver o projeto nas áreas da mecânica e da eletrotecnia, bem como avançar para o desenvolvimento do design do módulo, que se transformará num ‘kit’ portátil.

“Um dos passos importantes passa por fazer um projeto de design industrial para a estrutura física amovível de suporte aos motores, às baterias e ao próprio mecanismo de tração das rodas”, explica Ricardo Martinho.

Já o coordenador do projeto, o professor João Pereira, assinala que este “módulo ‘low cost’ adaptável para uma cadeira móvel autónoma faz o reconhecimento dos comandos de voz, de movimentos oculares, mas também a análise de imagens para prevenir colisões”.

Enquanto a primeira ‘webcam’ se destina a reconhecer os movimentos oculares, a segunda visa detetar obstáculos, precisa o responsável, sublinhando que o sistema de comando é simultaneamente assegurado por voz e pela íris para garantir maior fiabilidade.

A ESTG é uma das cinco escolas do IPL, instituto que representa atualmente cerca de 95 por cento do ensino superior do distrito de Leiria e abrange uma comunidade de mais de 12.000 estudantes e 900 docentes.

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