A dívida da Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro ao Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) pode, a manter-se, pôr em causa a continuidade do programa de rastreio ao cancro da mama. A preocupação foi manifestada ao DIÁRIO AS BEIRAS por Carlos de Oliveira, presidente da LPCC, que admite que a manter-se a dívida, que ultrapassa o milhão de euros, a Liga terá dificuldade em dar resposta “às suas responsabilidades sociais, que absorvem 30 a 40 por cento do seu orçamento, e manter o rastreio ao cancro da mama”.
“Tenho procurado resolver este problema, junto do presidente da ARS do Centro, do diretor geral de Saúde, junto dos deputados de Coimbra. Tem havido ajudas e a compreensão de todos, mas o problema é que não há dinheiro e isso pode pôr em causa o rastreio do cancro da mama no Centro”, admite Carlos de Oliveira.
O rastreio do cancro da mama é financiado pelo Ministério da Saúde e executado pela LPCC, que para isso tem um conjunto de funcionários, entre técnicos de radiologia, engenheiros informáticos e administrativos.
“Estamos a falar de dezenas de pessoas que podem ver o seu posto de trabalho extinto, para além do risco de acabar o rastreio e assistirmos a um retrocesso”, considera o médico.
“No dia em que parar o programa de rastreio será praticamente definitivo, não se pode suspender, porque os equipamentos avariam, ficam desatualizados”, alerta Carlos de Oliveira, considerando que isso “seria uma catástrofe”.
“Penso que ninguém está interessado na paragem do rastreio, mesmo a nível governamental os responsáveis estão motivados e querem resolver o problema”, admite Carlos Oliveira. “Da parte da Direção Geral de Saúde há todo o interesse em continuar os rastreios, da parte da ARS do Centro também, e sei que tentam fazer o que podem.
Dizem-me sempre para continuar o rastreio, mas o problema é que a Liga precisa de ter dinheiro para isso”, conclui. E a dívida, que já existia em Janeiro de 2010, quando Carlos de Oliveira tomou posse como presidente da Liga, “aumenta todos os dias”.
Contactado pelo DIÁRIO AS BEIRAS, o presidente da ARS do Centro, José Tereso, confirmou a existência da dívida – admitindo que existem pagamentos em atraso também em relação a outras instituições do Serviço Nacional de Saúde – e afirmou que “está a ser feito tudo para regularizar a situação”.
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