A última oportunidade para Coimbra

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Norberto Canha

Se Coimbra falhar, falha o país. Coimbra candidatou-se a Património da Humanidade. Merece-o. Para isso evoca o seu passado, mas tem que ter projectos para o presente e para o futuro, principalmente, em três sectores de actividade: no ensino, na agricultura, na indústria.

Estes são os três pilares em que assenta a vida, a razão de viver, a evolução – o bem-estar da Humanidade.

Coimbra tem que ser a referência ou o padrão de tudo isto. Como? É disso que vamos tratar.

Lutar para que o poder não seja centralizado ou centralizador, uma vez que é do Central que depende o financiamento e a dívida soberana. Mas que seja um poder repartido. Repartido por áreas metropolitanas, tipo cidade-estado grega ou fenícia. Mas sem os burocratas funcionais que limitam toda a estrutura. Portanto, o poder centralizado ou centralizador deve dar lugar ao poder repartido porque é este que conhece os problemas, as dificuldades e as soluções pois está mais próximo dos cidadãos, vive e sente esses problemas.

1 – Ensino

É um dos sectores onde Coimbra deve apostar forte. Lutar por um ensino dinâmico, extensivo a todos, mas produzindo para o consumo internamente e uma quota parte para exportar (nacionais e formandos doutras nacionalidades). Preparando profissionais aptos a serem bons profissionais – desde artesãos, artífices, licenciados e doutorados – em qualquer parte do mundo.

Primato da qualidade. Bom profissional é aquele que consegue exercer a profissão em todos os locais sejam quais forem os meios de que dispõe. Espírito inventivo e insatisfeito (desenrasca). Em todos os continentes, todos os países e todos os locais.

Não à subordinação ao ensino padrão de Bolonha. Utilizar esse e/ou outro e comparar resultados. Seja Coimbra, cidade experimental do ensino e sujeito à avaliação dos seus métodos e aplicações. Ensino privado/ensino público. Ensino público/privado ou privado/público.

2 – Agricultura

Lutar para que o país, começando pela área metropolitana de Coimbra e similarers, seja auto-suficiente em bens alimentares, com a prática de um preço justo e, não à subserviência e dependência do exterior, que tem maiores subsídios que levou à destruição da agricultura dos países periféricos e à dependência actual.

Nos mercados – grandes e pequenas superfícies – o vendido, nacional, chega a ser cinco vezes mais baixo do que o preço pago ao agricultor. Obrigando a que os supermercados não tenham produtos brancos – com a sua designação – quando eles não têm uma vaca nem produzem um nabo ou cenoura. E no rótulo que conste o preço ao produtor, ao intermediário e o lucro do vendedor. Obrigando todos os vendedores a vender 75 por cento dos produtos nacionais (ração de subsistência no caso de qualquer calamidade sem possibilidade de importação, permite, com racionamento, o decorrer da vida sem sobressaltos).

Ensinando nas escolas, como obrigatória, a produzir cada família ou grupo de famílias, a ração de sobrevivência, mínimo indispensável a não morrer de fome, e carência por períodos limitados de tempo (quantum satis nanologico alimentar) obrigando como prioritário o ensino superior a – com produtos produzidos no país (batata, etc) – arranjar alternativa ao consumo de cereais, de que somos carentes para a eventualidade de escassez e sem que haja necessidade de semear cereais em zonas de forte declive que leva à erosão e ao emagrecimentos das terras.

Obrigando à construção nas barragens, de acesso aos peixes para circular e desova (reproduzirem-se)

Obrigando as empresas hidroeléctricas à criação na montanha com elevação de água, de áreas sobreponíveis às inundadas pelas albufeiras, obrigando a que parte da energia electromagnética fique na zona de fornecimento de água, as barragens para investimento na agricultura e não para folclore das câmaras.

Para relançar a agricultura já dispomos de tudo: cooperativas e complexos agro-industriais como o do nordeste transmontano (cachão) que foram destruídos e é só reativá-los. Estes sejam centros de contratação de fornecimentos e escoamentos (com certificado de qualidade) embalamento, distribuição, industrialização e aproveitamento dos desperdícios. ( 10-02-201 2 )

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