“Zoologia Bizarra” de Ferreira Gullar é editado em Portugal

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O livro “Zoologia Bizarra”, que o poeta brasileiro Ferreira Gullar, Prémio Camões, editou em 2010 e ao qual chamou “brincadeira com o acaso”, é editado esta semana em Portugal pela Caminho.

“Zoologia Bizarra” reúne colagens e frases poéticas que o autor brasileiro compôs em 2010, desafiado pelos seus 80 anos. Em 2011, o livro valeu-lhe o prémio literário da Academia Brasileira das Letras, na categoria literatura infanto-juvenil.

A obra, pensada numa primeira leitura para crianças e jovens, mas que também é dirigida a adultos, reforça a faceta de Ferreira Gullar nas artes visuais e, em particular, o “divertimento” em trabalhar com recorte e colagem.

Na introdução ao livro, Ferreira Gullar explica que habitualmente faz composições visuais com pedaços de papel colorido, mas foi o gato dele que lhe revelou “a importância do acaso na expressão artística”.

“Quando ele bateu com a patinha na folha de cartolina e desarrumou os recortes de papel colorido (…) mostrou-me uma nova composição em que dialogavam a ordem e a desordem”. Numa dessas experiências com recortes e com o acaso, Ferreira Gullar deparou-se com a forma de uma ave estranha, a primeira das figuras de “Zoologia Bizarra”.

“Este livro, aliás, poderia se chamar ‘os bichos do lixo’, porque as colagens que o compõem são feitas de restos de envelopes, convites, catálogos que me chegam do correio”, escreveu o consagrado poeta.

“Zoologia Bizarra” reúne algumas dezenas de animais estranhos, mas facilmente reconhecíveis, feitos com pedaços de papel recortado, algumas vezes de forma tosca e aleatória, mas que resultam numa forma à qual o autor acrescentou uma curta frase poética.

Ferreira Gullar, pseudónomo de José Ribamar Ferreira, nasceu em 1930 e vive atualmente no Rio de Janeiro. É um dos mais respeitados poetas brasileiros vivos, embora o trabalho se estenda ainda à tradução, à crítica de arte e ao ensaio.

De entre a vasta obra sobressai sempre “Poema Sujo”, que Ferreira Gullar escreveu no exílio, entre 1971 e 1977. Em 2010 recebeu o Prémio Camões pelo conjunto da obra.

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