Carlos Sousa, ao volante de um SUV da marca chinesa Great Wall, foi sexto classificado na primeira etapa do Rali Dakar2012, ganha pelo russo Leonid Novitskiy, em MINI.
O melhor português de sempre no Rali Dakar, com o quarto lugar de 2003, gastou mais 52 segundos do que o piloto da MINI para completar os 57 quilómetros da “especial”, num percurso traçado nas dunas junto ao Oceano Atlântico a sul de Mar del Plata, na Argentina.
Com a ausência da Volkswagen, dominadora da prova nos últimos anos, a MINI confirmou o favoritismo que lhe é atribuído nesta 33.ª edição do Dakar, ao colocar o polaco Krzysztof Holowczyc no segundo lugar, o francês Stéphane Peterhansel no terceiro e o português Ricardo Leal dos Santos no décimo, a 2.13 minutos do vencedor.
Surpreendente foi o facto de o espanhol da MINI Joan “Nani” Roma não ter conseguido melhor do que o 13.º posto, a 2.20 minutos de Novitskiy, enquanto o qatari Nasser Al Attiyah, o vencedor de 2010, teve problemas mecânicos no seu Hummer e perdeu mais de nove minutos.
Além de ter começado a edição deste ano na mesma posição em que terminou a do ano passado, Carlos Sousa garantiu, para já, o melhor resultado de sempre de uma equipa chinesa em etapas da mais importante prova de todo-o-terreno do Mundo.
“[Fiquei] algo surpreendido pelo resultado final, uma vez que não senti ainda total confiança no carro e acusei alguma falta de ritmo nos primeiros quilómetros. Nesse contexto, este resultado foi uma surpresa bastante positiva, numa especial de dificuldade média e já com pistas muito técnicas e algo acidentadas pela passagem das motos”, disse Carlos Sousa, citado pela sua assessoria de imprensa.
Sousa voltou, no entanto, a queixar-se da posição de condução no Great Wall, uma vez que o facto de ficar sentado muito junto ao volante lhe dificulta algumas manobras, afirmando que essa é uma questão para resolver com a assistência da equipa.
“À parte disso, tudo está perfeito com o carro, pelo que vamos já começar a concentrarmo-nos na etapa de amanhã [segunda-feira], que será bastante mais longa e rápida do que esta, exigindo grande concentração de início a fim”, frisou.
Francisco Pita, ao volante de um “buggy” SMG, teve um dia atribulado, uma vez que partiu a caixa de velocidades logo nos primeiros quilómetros de prova, mas ainda conseguiu terminar a “especial”, no 127.º lugar, a 43.52 minutos do vencedor.
O “buggy” teve, no entanto, de ser depois rebocado pelo carro de assistência da equipa, cumprindo a ligação até Santa Rosa de la Pampa num comboio de três viaturas, pois em conjunto segue o atrelado do “motard” Bianchi Prata, que no sábado foi vítima de um furto.
Depois de uma etapa inaugural com um total de 820 quilómetros entre Mar del Plata e Santa Rosa de la Pampa, mas com apenas 57 disputados contra o cronómetro, a segunda tirada vai ligar esta localidade a San Rafael, num total de 777 quilómetros, 290 deles em “especial”.
Na segunda-feira a paisagem vai ser marcada pelas dunas de areia cinzenta, cor que se deve à grande atividade vulcânica registada na região em 2011.