Um Natal diferente da Sé Velha

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Monsenhor João Evangelista

Celebramos o Natal. Celebrar não é apenas reviver a lembrança do que já passou. É actualizar o acontecimento e renová-lo em nós como participantes nele. O Natal está centrado na pessoa divina de Nosso Senhor Jesus Cristo que nasceu da Virgem Maria.

Cristo nasceu para nós e um filho nos foi dado

Cristo, veio ao mundo para iluminar as trevas da morte e do pecado, mas as trevas não o receberam. No entanto o projecto de salvação de Deus será acolhido pelos rectos de coração.

O Filho de Deus, eterno com o Pai, assumiu a condição humana e tornou-se Ele também filho do homem.

Ó admirável mistério! A Deus tudo é possível.

Neste mistério da Encarnação do Verbo, vemos o Infinito encerrar-se no finito, o Eterno envolvido no tempo, o Criador identificar-se com a sua criatura, Deus iniciar-se numa experiência de vida como homem, em tudo igual a nós excepto no pecado.

Exultai de alegria no Senhor, cantai hinos de louvor e glória com os Anjos dos Céus, regozijai-vos porque o Senhor vem salvar-nos. O Natal é uma festa de Paz e de Amor para todos os povos, para todas as famílias, para todos os homens e mulheres.

No tempo de preparação desta festa, fomos surpreendidos com a vinda dum dignitário eclesiástico que saudámos com muita alegria como vindo em nome do Senhor. Veio anunciar-nos que a nossa Igreja de Santa Maria de Coimbra iria passar a ser apenas igreja paroquial de S. Cristóvão.

Naturalmente, tal anúncio perturbou-nos e encheu de expectativas sombrias a preparação do nosso Natal. Tentando descortinar as razões de tal anúncio, revimos o esforço, que temos feito desde há mais de 30 anos, pela dignificação, da Catedral de Coimbra, com o objectivo de repor claramente a importância de a tornar visível como símbolo da unidade da Igreja, mesmo com 2 igrejas a serem indistintamente chamadas Catedral de Coimbra. Este esforço aparece não só desvalorizado, mas claramente censurado não tendo havido nenhuma prévia consulta ou informação ou pedido de parecer a preparar este anúncio.

Ficamos, assim, vinculados à necessidade de procurar no Céu, na protecção de nossa padroeira, Santa Maria de Coimbra, e em alguns amigos a ajuda para entender o que Deus espera de nós, na vivência do Natal e nos dias que vão seguir-se.

Integrada nas celebrações natalícias a ida ao templo da Sagrada Família a apresentar o Menino Jesus e a integrá-lo na tradição religiosa do seu povo, recolhemos da sua apresentação no Templo as palavras proféticas de Simeão: “Este menino está aqui para queda e ressurgimento de muitos em Israel e para ser sinal de contradição; uma espada trespassará a tua alma afim de se revelarem os pensamentos de muitos corações” (LC. 2, 33). Quem celebra a festa do Natal com mais profundidade sabe que nas alegrias dela paira já a sombra da Cruz.

Perante um anúncio como aquele que nos foi dado, não podemos calar-nos, pois se trata claramente dum equívoco ou de um erro com enormes consequências para a Igreja e sua autoridade, para a cidade de Coimbra e seus interesses e para nós todos. Porque dum projecto se tratará, visto nada se ter rectificado ou posto em público, todas as iniciativas e colaborações serão certamente bem-vindas, se vierem com espírito natalício de paz e amor a tentar curar o equívoco ou erro que fere tanto a nossa bela Catedral. Como a história não é um saco roto vai, certamente, guardar esta ofensa à Catedral e a resposta do povo Cristão devoto de Santa Maria de Coimbra.

A nossa paróquia de S. Cristóvão que encontrou acolhimento na Sé Velha há 200 anos e tem zelado e defendido sempre esta Igreja de Santa Maria de Coimbra, propõe-se realizar no próximo domingo – 1 de Janeiro – Dia da Maternidade divina de Maria, pelas 10 horas, uma hora de reparação e louvor a Santa Maria de Coimbra e convidar os paroquianos e os Crentes Católicos, que possam fazê-lo, a participar nesta Oração. A celebração da missa comunitária será às 11 horas.

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