Cartas ao poder e aos poderosos

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Norberto Canha

A equidade na Indústria. Após o 26 de Abril destruiu-se totalmente a Indústria Portuguesa – a vida portuguesa. Impreparação dos políticos, estímulo ao conflito entre mandantes e mandados. Situação que ainda perdura. Há inflação de políticos, não surgem estadistas!

Isso é passado, a culpa é nossa. Mas, agora, o mal acresceu com a falta de equidade da indústria. Para obter mais lucros os senhores do capital estimulam e exportam tecnologia para os países emergentes, de mão de obra barata, descuidando com a conivência dos políticos, o emprego para os seus cidadãos.

Havendo a prática da equidade, deveria ter havido equilíbrio entre a importação e exportação permitindo, embora a ritmo mais lento, o caminho para a globalização. Ajudando os que vivem mal a melhorar o seu nível de vida, e os que têm bom nível de vida, a que essa qualidade não caísse na situação vigente. Atenção, também ao emprego!

A utilização desmesurada da máquina gera desequilíbrio igual ou maior áquele em que caímos. E os países emergentes têm excedente de população associado à utilização das máquinas. Para onde estamos a caminhar? Para o esgotamento dos recursos do planeta e a sua poluição com coisas supérfluas e perfeitamente dispensáveis.

A equidade não só propicia igualdade, pois na natureza, que é a grande sábian nunca se encontrou duas coisas iguais.

Equidade é a procura dum equilíbrio e a aceitação consciente desse equilíbrio e que na vida há oscilações e tanto podemos estar, hoje, na mó de cima, como amanhã, na mó de baixo. E a equidade pressupõe admitir e aceitar com compreensão essas oscilações sem ódio, rancor ou vingança. É isso que na nossa sociedade não se aceita!

Equidade na indústria é todos nós comprarmos produtos nacionais até o nosso poder de compra atingir os níveis que em tempos recentes tinha e, por imprudência de governantes e governados (gastar o que não se tem, exigir o que não se pode dar) se perdeu.

Para nos bastarmos nestes tempos conturbados e nos tempos futuros, que mais gravosos se tornarão se persistir a inconsciência dos governados.

Desde já, activar, como prioridade máxima as indústrias agro-alimentares e pescas para que não haja desperdícios e em caso de calamidade possamos, todos nós, ter um nível de vida aceitável.

Activar as indústrias têxteis, absorventes de grande parte da mão de obra, sem trabalho e a receber subsídio, e alguns mesmo podendo trabalhar.

Investindo fortemente nas indústrias de ponta tal como – produção de energia electromagnética e máquinas movidas a electricidade. Já que a nossa indústria está colapsada vivemos, para renascer para as indústrias de futuro e com futuro.

Excedentária a mão de obra, que não viva à custa da colagem enganosa e garante de (aparência) mas que se agarre a qualquer trabalho. A reabilitação dos edifícios do passado e do presente, por exemplo, é uma aposta de valor acrescentado.

Mas onde ir buscar o dinheiro – não para pagar a quem não trabalha podendo e tendo trabalho? É certo que esse não será, porventura, o trabalho que se gostaria de ter, mas é aquele que há.

Ao Estado não é possível ir buscar esse dinheiro. Não tem recursos! Sou contra a venda do património rentável, como EDP e empresas que dão lucro, a não ser a cidadãos nacionais ou descendentes quer residam no país ou no estrangeiro e, ou, pertençam à comunidade dos Povos da Língua Portuguesa. Estes são para nós quase como irmãos. Nós é que fizemos as suas fronteiras. Nós é que os desenvolvemos. Nós não fomos lá buscar riqueza. Tudo lá ficou, não só bens materiais que quase todos foram construídos por nós, como o melhor que a nossa civilização produziu, construiu e criou. O senhor ministro dos Negócios Estrangeiros na sua deslocação à Venezuela indicou essa criação. Que os senhores cônsules – embaixadores e empresários se atrevam a fazer o mesmo. Que nós todos tenhamos a coragem de fixar a nossa reforma entre um máximo e um mínimo, que contemple todos, para que o complemento da reforma seja investido em reforma produtiva que dê sustentáculo às duas últimas vintenas da vida (dos 60 anos aos 80 anos e dos 80 aos 100).

Façam-se sacrifícios. Deixemo-nos de exibicionismos improdutivos e estéreis.

Assim como vencemos as dificuldades com os retornados, que depois foram a nossa salvação, vamos vencer esta crise, sem manifestações históricas, infundamentadas e hediondas pois assim salvamos este país que tanto amamos e a quem o mundo tanto deve.

Vamos a isso! O nosso país precisa de nós! Temos de cuidar do futuro dos nossos filhos e netos.

Há que contar com todos!

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