A eliminação das “golden shares”

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Eugénio Rosa

Uma das características do actual ministro das Finanças é dizer as maiores banalidades com o ar solene de quem está a exteriorizar um pensamento profundo. Vem isto a propósito de declarações que fez na Assembleia da República sobre a eliminação, pelo seu governo, das “golden shares” em empresas como a GALP, PT e EDP. Segundo o ministro das Finanças, a eliminação contribuirá para “criar um bom ambiente de negócios e para aumentar os salários reais dos trabalhadores”. Se as consequências não fossem graves para o país até seria para rir.

Também em relação à liberalização dos preços da electricidade e do gás aprovada pelo actual governo, a justificação é do mesmo tipo, não merecendo qualquer credibilidade. Segundo o governo de Passos Coelho, e nomeadamente os ministros da Economia e das Finanças, a liberalização dos preços determinará o aumento da concorrência e, este aumento, provocará a diminuição dos preços da electricidade e do gás para os consumidores.

Dominados pela ideologia neoliberal, à semelhança do que sucedeu a Alan Greenspan que era incapaz de compreender o funcionamento dos “mercados” pois acreditava que estes funcionariam sempre de uma forma eficiente, como reconheceu mais tarde perante uma comissão do senado dos EUA dizendo que se tinha enganado, também este governo e, em particular, os seus ministros da Economia e das Finanças, presos e dominados pela ideologia ultraliberal do FMI-BCE-CE, revelam uma assustadora incapacidade para compreender a realidade portuguesa acreditando e afirmando que, liberalizando os preços da electricidade e do gás, a EDP e GALP baixarão os preços aos consumidores. Seria bom que estes “senhores” chegados do estrangeiro há pouco tempo, onde passaram longos anos, se dessem ao trabalho de estudar o que aconteceu em Portugal com a liberalização dos preços dos combustíveis e deixassem de procurar enganar os portugueses.

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