Para onde caminha a Zona Euro

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Joaquim Valente

Recentemente foram publicadas as previsões económicas da Comissão Europeia para a União Europeia e Zona Euro, globalmente muito pessimistas e uma pergunta se impõe: para onde caminha a Zona Euro?

Estas projecções a dois anos, as chamadas previsões de Outono, referem-se às perspectivas evolutivas de alguns indicadores económicos, como sejam o Produto Interno Bruto, o Emprego Total, o Número de Desempregados, a Inflação, etc.

Elas têm importância nas análises político-económicas de cada um dos Estados Membros da UE, para que estes possam tomar medidas adequadas na economia e nas finanças.

Os dados agora divulgados mostram que em 2012 na Zona Euro haverá uma estagnação ou desaceleração do crescimento e só em 2013 se verificará um muito ligeiro crescimento. Perante este quadro quais serão os efeitos dessa estagnação na débil economia portuguesa?

Os mais negativos que se possam imaginar, com taxas de desemprego a subirem, com falências das empresas a aumentarem, com a incerteza nos mercados financeiros, com taxas de juro a atingirem níveis incomportáveis, etc.

No entanto na Zona Euro, os mercados de trabalho dos Estados Membros continuarão a apresentar divergências acentuadas entre si, com os países ditos do núcleo duro, Alemanha e França, a ditarem economicamente as regras do jogo, e até a “definirem” os governos dos países, como se viu recentemente, no caso da Grécia.

Assim, a UE, cada vez se distancia mais dos seus principais objectivos, e cada vez ficará mais longe dos princípios de Jean Monet, o que impõe que seja repensada e reorganizada.

A inércia ou decisões tardias, poderão pôr em perigo a própria Zona Euro e em sentido lato até a própria democracia europeia.

A crise económica na Zona Euro está a atingir patamares perigosos, ameaça contaminar os próprios parceiros mundiais, e em 2012 com este cenário de crise na Zona Euro, ficará mais difícil para Portugal, cumprir as suas obrigações quanto à dívida soberana. Qual o futuro de Portugal neste contexto?

Na União Europeia experimentam-se soluções, nem sempre consensuais, nem sempre as melhores, mas todas convergentes: se a Zona Euro ruir será um perigo para a Europa e para o Mundo.

Somos de opinião que, entre outras medidas, é necessário mudar o(s) Tratado(s) nomeadamente no que diz respeito ao BCE a possibilidade de emissão de eurobonds e o “papel” dos países do núcleo duro face aos países periféricos.

Terá a Europa capacidade de ultrapassar esta crise?

O futuro o dirá. Abriu-se a caixa de Pandora …!”

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