Cartas ao poder e aos poderosos

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Norberto Canha

Referia num dos meus textos anteriores que a Troika troiquismo –. era apenas um agregado de contabilistas, sem um raio de luz que orientasse para a saída da crise, e das crises que se avizinham.

Sendo assim e como todos nós somos coniventes com este estado de coisas: uns nada fazendo, podendo fazer, e vivendo à custa dos que muito trabalham, com a bênção do Estado misericordioso que é o nosso, em que dá todos os direitos e não impõe o cumprimento – já não digo escrupuloso – dos deveres, pois ele mesmo é incumpridor. Sendo assim gerou-se o caos. A questão que se põe, é como sair deste caos?

Para o como sair, evocarei apenas o princípio de Equidade:

– Equidade na Agricultura:

Os políticos são contabilistas ou tecnocratas do angariar votos para conquistar o Poder. Conquistado este não sabem o que fazer dele. Não têm preparação. São todos filhos do meio urbano, desconhecem o como fazer as coisas e, assim, são incapazes de prever os cataclismos que uma má decisão pode acarretar.

Todos estão acorrentados ao capital – novos empreendimentos, novas oportunidades, novas tecnologias, novos lucros. Os mais arrojados não são escutados. Como não são responsáveis, tomam decisões que se prevêem e virão a ser funestas. Vão em frente. Quem se segue que acarrete com as responsabilidades de quem foi irresponsável.

Na agricultura sucedeu também, mais agravado isto, dado que sem Energia Alimentar não há vida. Nós, no momento actual importamos 85% do que consumismos e não há dinheiro para importar.

Que fazer?

Há que ter consciência de que só há duas formas elementares de energia: a Alimentar e a Electromagnética. Que se produzem no campo, nas freguesias, no mundo rural.

Nas cidades nada se produz, só se consome. Nada se produz que não possa ser produzido no rural. Isto é indício que temos que voltar, esgotadas que foram as potencialidades de emprego das cidades, ao meio rural.

O meio rural é uma fonte inesgotável de arranjar trabalho e de bem estar; em contacto com a Natureza e a não poluição das cidades. A juventude tem que se capacitar que se até há bem pouco tempo um curso superior era quase a garantia certa de emprego, neste momento um curso superior, um mestrado e um doutoramento não é garantia de nada. Deve ser tomado como uma valorização acrescida para criar o próprio emprego, e no caso de não arranjar trabalho no escalão para que está habilitado, inicia-se nos mais baixos escalões, que o seu mérito apoiado na preparação e qualidade de trabalho produzido serão as únicas armas para a ascensão e progressão profissional.

Há trabalho para todos, assim eles queiram trabalhar!

É este o nosso futuro, o futuro que nos aguarda no futuro de todos e cada um de Nós!

A Equidade no emprego e trabalho, bem entendido, é o pilar, ou base mestra da Equidade na Agricultura.

Veja-se: a falta de previsão do futuro fez com que os países mais ricos da U.E. – cuja fatia para manter a sua agricultura é incomensuravelmente maior do que a que nos coube – colocaram-se numa posição de privilégio e assim começaram a exportar para os países periféricos, os mais pobres, os seus produtos, que subsidiados incomensuravelmente mais acabaram por colapsar a agricultura dos novos aderentes.

É esta e foi a nossa situação!

Não pensam assim os génios do poder que é possível um País sair da crise profunda em que se encontra se não tiver uma agricultura capaz de permitir uma vida razoável aos seus cidadãos – agricultura do grau 2 -. Torna-se necessário portanto que estes países tenham a sua agricultura subsidiada no mesmo valor que aquele que é atribuído nos países desenvolvidos. Só assim será possível voltar à ruralidade. Só dessa forma se poderá por a funcionar os componentes que já houve, e bem funcionaram do Centro de Recolha e Transformação e Cooperativas. Ainda estamos em altura de a salvar. Se se perder esta última oportunidade é o caos, em que já estamos e mais gravoso ainda se avizinha.

Mas um alerta: os senhores subsídio dependentes têm que trabalhar e não passear-se como galantes pelas Ruas e Avenidas das Vilas e Cidades. Reclamando tudo e não fazendo nada!

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