“Os mandatos do PSD foram de canto da cigarra”

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Foto Jot' Alves

A voz crítica de Saraiva Santos, ex-vereador do PS e do PSD, é ouvida por todas as forças partidárias do concelho da Figueira da Foz.

Por que é que abandonou o executivo da câmara, em 2001?

Havia um clima crescente de algum mal-estar, porque para mim era evidente que o vice-presidente, Paulo Pereira Coelho, exercia influência demasiada na câmara. (…) Quando aceitei o convite de Duarte Silva, não pensei que ele não exercesse em pleno o controlo político da câmara, que era exercido por Paulo Pereira Coelho.

Tinha o pelouro da Gestão Financeira. Naquela altura apercebeu-se que a dívida da câmara caminhava para a situação em que se encontra?

Quando começou o primeiro mandato de Duarte Silva, a dívida já era muito grande. Penso que tivemos de recorrer a um empréstimo de 20 milhões de euros para colmatar um buraco. Eu já percebia que teria de haver um mudar de vida, mas esse mudar de vida não ocorreu.

A obra de Santana Lopes é proporcional à dívida que deixou?

Não. Deixou imensos elefantes brancos- comprou o paço e o palácio de Maiorca, o mosteiro de Seiça, a Quinta das Olaias. E o próprio Centro de Artes e Espetáculos também é um elefante branco.

Como é que foram os mandatos seguintes do PSD?

Continuaram a ser mandatos de canto da cigarra. Deixou-se cantar a cigarra.

Gostou mais de ter sido vereador do PS ou do PSD?

(Quando foi vereador do PS) não havia oposição dentro da câmara. Hoje, as sessões de câmara são sessões de um mini-parlamento municipal. (…) O atual presidente (João Ataíde) devia dar um murro na mesa e dizer que o PS não tem legitimidade para estar, em sede partidária, a exercer controlo político sobre ele.

O que é que vê o seu olhar crítico quando olha para a Figueira da Foz?

Quando se fala no plano estratégico para a Figueira da Foz, fico com ataques de urticária. Creio que no futuro próximo o plano estratégico tem de ser só um: aguentar, aguentar, sobreviver, sobreviver. A mais longo prazo, gostava que a Figueira da Foz deixasse de ser encarada como uma terra de animação e passasse a ser encarada como uma terra com enormes potencialidades para a atividade industrial.

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