O fruto proibido

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Ricardo Castanheira

Sobre a morte do co-fundador da Apple, disse Bill Gates (Microsoft): “o mundo raramente testemunha alguém que teve o impacto profundo de Jobs e os efeitos disso serão sentidos por muitas gerações”.

Independentemente da competição tecnológica e das guerras por “market share”, Steve Jobs (assim como Gates) figura entre os poucos seres humanos cuja criatividade e iniciativa ajudou a transformar o mundo e a vida de muitos milhões de outras pessoas.

Vivemos, hoje, na economia do conhecimento, onde a tecnologia e a inovação são elementos chave para o desenvolvimento individual e coletivo.

A Apple (tal como a Microsoft, a Google, o Facebook, por exemplo) investiu seriamente na capacidade criativa e por isso desenvolveu produtos e serviços que ajudaram a mudar das coisas mais simples do nosso dia-a-dia às tarefas profissionais e empresariais mais exigentes.

A perda de Jobs deve servir para estimular novos talentos a um dia assumirem o seu lugar. Para isso devem os governos investir em educação, sobretudo em tempo de crise.

Por outro lado, caso a propriedade intelectual não fosse protegida dificilmente a Apple (e as já mencionadas acima) poderia investir tantos recursos em inovação. As tendências de “inovação aberta” são interessantes mas perigosas e não substituem de todo a necessária proteção da propriedade intelectual.

Jobs e a Apple (reconhecidamente uma das empresas mais fechadas e menos interoperáveis) nunca teriam sido o que são – para mal do Mundo inovador – caso as suas patentes não estivessem legalmente protegidas. Ou alguém duvida?..

Enfim, tal como no imaginário coletivo em que a maçã aparece como o fruto proibido associado a desejos incontáveis, também Jobs conseguiu transformar a Apple num mundo de sensações e disrupções tecnológicas incríveis, por isso ele não tinha consumidores mas antes seguidores.

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