Luís Santarino
Se eu tivesse alguma dúvida sobre o pânico em que vive o “capital”, a última entrevista do Dr. Zeller teve o condão de mas retirar!
Afirmar peremptoriamente, que o Partido Socialista deveria entrar rapidamente no governo para não existir nenhum perigo para economia, é um puro acto de demagogia. Sem nenhum sentido de responsabilidade.
O Partido Socialista, apesar de uns dirigentes o desejarem, não poderá entrar no governo. Seria o seu fim. Eu bater-me-ei para que tal não aconteça.
Não porque fosse desprestigiante, mas porque a democracia entraria num rápido colapso.
Já todos sabemos que agora, quer queiram uns teóricos quer não, cada vez mais se esbate a diferença entre direita e esquerda. E tanto assim é que, quando o PS está no governo entrega a “alma” ao capital e quando o “arrumam” para a oposição tem, a espaços, laivos de esquerda… por vezes até radical!
Ora, o que está agora mais do que nunca em causa é a nossa sobrevivência, aprofundando a democracia e os seus mecanismos de controlo da economia – leia-se vigarice – de modo a que, os “roubos de igreja” que alguns desqualificados moral e eticamente cometeram, não se repitam.
Uma saída abrupta do euro tornaria quase insuportável a vida dos portugueses. Um exército de desempregados e esfomeados à procura do pão para os filhos, poderia ser capaz das mais vis atrocidades. Estamos a falar de pessoas de bem, que se recusam a ver os seus filhos a passar necessidades.
Se os cidadãos cometerem actos desesperados, responderá a democracia – a tal do gostinho especial – com uma repressão sem limites. Nesse caso, abrir-se-ia uma nova forma de sociedade, já velha, mas que muitos ainda sonham reviver para colocar esta malta nos eixos. Uma ditadura não é coisa nosso imaginário. É real, muito real até, porque a ordem pública tem de ser mantida.
Por isso, o discurso de alguns “gajos do regime”, os tais que ajudaram a fazer leis de autodefesa, hoje se empertigam tanto contra o “patetinha” da Madeira. É que os gajos do regime andaram a comer da gamela. E muitos há que, pareciam a “Porca de Murça; mamavam e grunhiam”!
Delicio-me a ouvir a aldrabagem que passou por sucessivos governos, ministros incluídos, agora a “tirar o cu da recta”, como se o maluco não o tivesse sido sempre.
Verdade verdadinha, tem a sua clientela como os de cá…só que lá dá mais nas vistas!
Por outro lado, o PS, que sempre alinhou nas diatribes do “madeireiro”, tenta aparecer agora como “virgem em casa de meretrizes”! Não há disso, pelos menos que eu saiba!
Discurso errado, medíocre, sem sentido e rigor estratégico. Custa dizer. Cá ao “je” custa…apesar de nunca ter tido grande esperança na rapaziada que agora manda no Rato.
Passados alguns meses de governação, o PSD estar quase na maioria absoluta, significa que o PS não existe…ou pelo menos não está a existir! O que é pena. Porque deveria…
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