Cada planta tem uma história, a do seu dom na natureza, e a Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC) empenha-se em reavivar usos tradicionais, lembrando que a acrescer ao seu usufruto espiritual há ganhos económicos incontáveis.
Um tempo de crise é a era apropriada para vasculhar na memória usos e benefícios esquecidos na transição da sociedade rural de décadas atrás. Esta é a opinião de Filipe Melo que na ESAC é responsável por um mostruário vivo de plantas, com mais de 250 espécies autóctones ou integrantes da flora portuguesa.
São plantas com propriedades medicinais, aromáticas, condimentares e de flores comestíveis, que são utilizadas em funções lúdico pedagógicas para alunos de escolas, para estudo e investigação de estudantes e docentes da própria ESAC, procurando nelas novas aplicações e valorizações alternativas.
“Há um mundo aqui”, e concentrado num pequeno espaço da quinta, que já se tornou o principal pólo de atração da Escola Superior Agrária de Coimbra, a par do picadeiro, com os cavalos, nota Filipe Melo.
Aí regularmente o chefe de cozinha do refeitório, António Neves, encontra os ingredientes para surpreender o paladar de alunos e professores, como ainda recentemente aconteceu, ao criar receitas “gourmet” para a desprezada infestante beldroega, fazendo dela ingrediente principal de sopas, saladas, entradas, sobremesas e chás.