Trabalho em férias

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Álvaro Amaro

Aproxima-se o pico do chamado tempo de férias. É usual dizer-se que este é um período de poucas notícias, porque, para além do mais, a política “mete férias”. Também neste capítulo a tradição não vai ser… como era.

Neste ano, não sei se teremos um Verão quente (em termos meteorológicos, bem entendido), mas sei que a política europeia, e nela, especificamente, a portuguesa… não irão de férias. As razões não são as melhores, é verdade, mas são as que se confrontam com a realidade.

No Reino Unido assiste-se ao desmoronar do império Murdoch, com consequências ainda imprevisíveis. Causa, de facto, um certo horror e uma igual revolta perceber-se agora os efeitos nas famílias de tamanha manipulação entre vários agentes da sociedade.

Mas a verdade é que também entre nós é humano interrogarmo-nos sobre o que num semanário do passado fim-de-semana se lia relativamente ao facto de membros do Governo recearem falar por telemóvel. Será que devemos ficar todos receosos?!

Noutros Países o debate é bem outro, e com epicentro em Bruxelas.

Quando escrevo estas notas, desconheço o resultado da cimeira extraordinária de Chefes de Estado e do Governo. Mas pudemos ouvir os alertas lancinantes de Durão Barroso e os “stop and go” da Senhora Merkel.

Pode até compreender-se que esta Senhora, Chefe do Governo Alemão, afirme que é preciso ir às raízes do problema para se atacar a falta de competitividade da economia europeia. Tem a sua razão. Mas uma tal atitude bem podia ter-se assumido antes de se deixar arrastar uma situação como a da Grécia, que contamina outras economias e não se sabe se e quando vai parar. É, por isso, fundamental estancar o problema para que todos não sofram aquela dimensão da crise. Foi bastante avisado o juízo de Cavaco Silva, quando pediu à Europa uma resposta “firme, determinada e clara”.

E entre nós, neste bonito rectângulo à beira mar plantado?!

Creio que nos últimos anos é a primeira vez que… a política não vai de férias. Que seja por uma boa causa. E, já agora, que o trabalho colossal, na tal versão que agrada particularmente ao Ministro das Finanças, dê resultados… colossais.

É isso que se deseja. É nisso que se depositam sérias esperanças. Acredito sinceramente naquelas boas palavras do Primeiro-Ministro.

Portugal não falhará.

Já agora, bom trabalho… e boas férias para os que puderem descansar uns diazitos.

Nota – Por lapso, este texto de Álvaro Amaro não foi publicado, como habitualmente, na edição de fim-de-semana.

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