PS à frente do Governo é garantia de equidade

Posted by
Spread the love

Foto de Gonçalo Manuel Martins

 

Ana Jorge, com 61 anos, é a atual ministra da Saúde e candidata do PS às legislativas pelo círculo de Coimbra. É médica pediatra, ex-assistente na Escola Nacional de Saúde Pública e na Faculdade de Medicina de Lisboa.

Há dois anos foi eleita, mas não ocupou o seu lugar de deputada. O que fez então pelo distrito?

Eu acho que, enquanto ministra, não estando no Parlamento, o que se fez em Coimbra e em todo o distrito, na área da Saúde, foi muito. Não podemos esquecer que acabámos o Pediátrico, que foi algo de muito difícil, mas fomos capazes de ultrapassar todas as dificuldades. Requalificámos o Hospital da Figueira da Foz e demos continuidade, até à abertura, o Hospital Rovisco Pais, na Tocha, que é uma unidade de referência para toda a região Centro, que não tinha uma unidade daquela dimensão, com internamento. Reformámos os Centros de Saúde, com a abertura de muitas Unidades de Saúde Familiar. E também as Unidades de Cuidados Continuados Integrados, que desenvolvemos muito com as Misericórdias, sobretudo no interior, gerando emprego qualificado e interagindo com a sociedade de forma muito, muito positiva.

Como avalia a insistência do PS na sua candidatura por Coimbra?

Penso que a escolha da ministra da Saúde como candidata tem a ver com aquilo que é a centralidade de Coimbra e do seu distrito, em que um cluster da Saúde é reconhecidamente já hoje muito importante e poderá sê-lo ainda muito mais.

Sente que a campanha ficou marcada pela aparente contradição das suas afirmações, sobre o Metro Mondego?

Eu não sei se ficou marcada. Mas reconheço que a questão da ferrovia tem estado muito no dia a dia. Isso obviamente que marca, até porque se trata de uma questão importante para Coimbra e para as populações dos concelhos da Lousã e de Miranda do Corvo. A ligação afetiva que têm à linha e a falta que sentem para a satisfação das suas necessidades é tal que uma abordagem sobre as hipóteses que estiveram em cima da mesa levou àquela confusão e acabou por criar um facto sem ser um facto.

Um facto semelhante ao criado em torno das declarações de Passos Coelho sobre o aborto?

Não sei se é a mesma coisa. Penso mesmo que é bastante diferente. Pôr a hipótese de um novo referendo sobre a IVG é um grande retrocesso. Não obstante, reconheço que é importante aumentar a capacidade de resposta da prevenção, de forma a que as segundas vezes, em IVG, deixem de acontecer. Ou seja, como em tudo o que se relaciona com a Saúde, a preocupação é cada vez mais passar a responsabilidade para os cidadãos.

Ana Jorge é uma mulher de esquerda e não terá ficado muito confortável com o texto do acordo assinado com a troika…

É evidente que há pontos de acordo que me geram algumas preocupações, no que respeita à sua aplicabilidade. Compete agora ao governo procurar a aplicação do que é necessário para que Portugal ultrapasse esta crise financeira, mas sempre tendo em atenção as dificuldades das populações e, sobretudo, tendo sempre em atenção de que isto só pode ser encarado como um período transitório e que o futuro terá que ser diferente.

Na área da Saúde, também?

Não. Na Saúde, creio que conseguimos garantir as questões fundamentais, como a reforma dos Cuidados de Saúde Primários, a criação de mais Unidades de Saúde familiar, com mais médicos de família para mais gente, o incremento do programa de Cuidados Continuados Integrados, a reforma hospitalar, o rigor na gestão dos direitos do SNS e a continuação da política do medicamento que temos em curso.

Do que conhece de José Sócrates, que mais-valia lhe identifica, enquanto candidato?

É uma pessoa de grande capacidade de trabalho, empenhado e lutador. É um profundo conhecedor da política e dos dossiês que estão em cima da mesa. Depois, tem uma intransigente e persistente luta por Portugal, no contexto internacional. Tem também um grande conhecimento do Estado Social e defende muito convictamente os valores fundamentais da democracia. Pode parecer que não ouve, mas ouve, e bem. Para além de tudo, tem o carisma de um grande líder.

Se o próximo governo for de coligação, o que ganha o país em ter o PS a liderá-lo?

Ganha uma intransigente defesa do que é o direito à liberdade, à igualdade e à equidade das pessoas. E aí a importância de quem lidera é determinante.

Que áreas-chave de intervenção política destaca, para o distrito?

Coimbra teve, nos últimos anos, um grande desenvolvimento na área das empresas e isso merece ser estimulado e incrementado, apostando cada vez mais na ligação do conhecimento universitário à capacidade de empreender, nas áreas mais diversas da economia. Há também uma outra área muito importante, que é a da Agricultura, em que a ligação à universidade ou ao ensino superior politécnico deve ser muito desenvolvida.

Como tem corrido a campanha?

Eu tenho sentido que a recetividade é muito positiva e, se comparar com 2009, é até maior. Tenho sido abordada por muitas pessoas, algumas contando preocupações, mas muito afáveis e muito apoiantes, reconhecendo muito o trabalho na Saúde.

Em Coimbra, parece haver duas campanhas do PS, uma da Distritral e outra da Concelhia…

Não. O que sucede é que o trabalho de chegar às pessoas envolve todos e, em cada concelho, as estruturas concelhias têm de fazer a sua campanha, em contínuo, junto de militantes mas também dos eleitores, em geral. Depois, a campanha dos candidatos, que passa por todos os concelhos, nalguns mais do que uma vez, é mais transversal e tem uma presença mais pontual, procurando a maior eficácia e o maior contacto. Portanto, não há qualquer concorrência mas sim uma grande complementaridade.

Que compromisso de legislatura assumem os deputados do PS por Coimbra?

Como sabe, as eleições são nacionais e os deputados, eleitos para a Assembleia da República, são também nacionais. Mas há um compromisso, que é o da manutenção de uma ligação estreita ao distrito, levando para o Parlamento as principais questões do distrito, como os que acabei de enunciar. Ou seja, manter bem viva a ligação que estabelecemos com a universidade e o politécnico para podermos levar ao Parlamento o seu contributo, o conhecimento que produzem, à resolução dos grandes problemas do distrito.

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

*

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.