Petição na internet contra construção de uma esplanada na Praça Velha da Guarda

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Uma petição online recolheu 162 assinaturas para impedir a construção de uma esplanada na Praça Velha, no centro da cidade da Guarda, e solicitar “a consulta pública dos cidadãos” na reformulação daquele espaço.

A primeira subscritora do documento, Olívia Guerra, arquiteta natural da Guarda e residente no Porto, disse esta quarta-feira (1) à Lusa que o pedido foi entregue na segunda-feira (30) na câmara e na Assembleia Municipal da Guarda, no Governo Civil e no Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico (IGESPAR).

Referiu que a contestação surgiu após a autarquia ter anunciado a pretensão de lançar um concurso de ideias para construir um edifício que albergaria uma esplanada, com o objetivo de “dinamizar” aquela zona da cidade. Segundo Joaquim Valente, presidente da câmara cunicipal, o projeto não deverá entrar em conflito com o espaço envolvente e terá que ter condições para funcionar durante os meses de inverno.

Na petição é manifestada “indignação face à proposta apresentada”, por se tratar de “um espaço excecional e emblemático da cidade”, onde “qualquer edificação no espaço público da Praça Velha, seja em vidro, betão ou pedra, deve ser seriamente ponderada”. O documento sustenta que “as relações visuais, perspetivas e alinhamentos que se estabelecem atualmente na Praça Velha ficariam seriamente comprometidos” com uma construção no local.

“Foi no sentido de salvaguardar as características deste espaço público que o IGESPAR procedeu à sua classificação como Zona Especial de Proteção e ‘Área Non Aedificandi’”, é também referido. Na petição é ainda salientado que “a dinamização da Praça Velha e do centro histórico não passa pela criação de uma mega esplanada, mas pela requalificação, apropriação e valorização do edificado”.

Olívia Guerra contou que “a maior parte dos edifícios” daquele local “necessitam de reabilitação” e que a autarquia preocupa-se com a dinamização da zona, mas mantém encerrado o imóvel da antiga câmara, “quando podia estar a funcionar”. A autora da petição espera que a autarquia seja recetiva aos argumentos apresentados e que desista do projeto. “Deveria ter em conta a opinião e a iniciativa destes cidadãos que não concordam com esta ideia e vão fazer tudo para que os regulamentos do IGESPAR se cumpram”, disse.

O presidente da Câmara da Guarda assegurou à Lusa que a petição não irá travar o processo iniciado pela autarquia. “Vamos continuar este processo”, disse Joaquim Valente, que afiança que nada será feito sem primeiro “ouvir as pessoas” para que seja encontrada “a melhor solução”.

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