Há dias, uma ambulância foi-se abaixo em cima da linha de caminho de ferro. Foi em Taveiro, numa das três passagens de nível onde já estão prontos os viadutos… mas que continuam, há ano e meio, à espera de abrir ao trânsito.
A situação vivida com a ambulância, em Reveles foi “aflitiva”, reconhece o presidente da Junta de Freguesia de Taveiro. “Foram mais de 20 minutos de tensão, com o veículo ali preso nos carris, sob a ameaça de um comboio que pudesse vir e causar uma desgraça”, conta José Maria Barroca.
O caricato é que, mesmo ao lado, uma passagem superior está pronta desde o início de 2010, mas continua vedada à circulação de veículos. Tudo porque a Câmara Municipal de Coimbra não se entende com a Refer – empresa responsável pelas infraestruturas ferroviárias e que tem em curso uma ampla campanha nacional de eliminação de passagens de nível, substituindo-as por atravessamentos desnivelados.
Passagem para peões divide câmara e Refer
Em causa, como já foi várias vezes tornado público, nomeadamente pelo DIÁRIO AS BEIRAS, está a falta de acordo sobre a tipologia das passagens de peões – neste caso de Reveles, como nos outros dois, um a meio de Taveiro e outro já na confluência com a freguesia de Ribeira de Frades.
A câmara, recorde-se, exige que a Refer cumpra o compromisso alcançado há cerca de um ano e que passa pela construção de infraestruturas para peões paralelas ao viaduto. A Refer, por seu turno, já fez saber que não dispõe de condições financeiras para fazer esta, ou qualquer outra obra.
Neste contexto, José Maria Barroca não poupa nenhuma das entidades, mas avança uma proposta: “O que quero é que seja adotada, aqui, a mesma solução que existe em Bencanta, ou seja, uma entrada em labirinto, com sinal sonoro, só para peões.