O autocarro “Cidade de Coimbra” está a motivar mais uma divergência no seio da maioria camarária. Tudo porque o vereador João Orvalho solicitou um relatório sobre a viatura que é usada pelo departamento de Educação do município que o deixou preocupado.
Perante o teor do documento, o autarca mandou parar o veículo, tendo comunicado a situação aos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) – cujos serviços efetuaram aquele documento. Ora, o responsável Manuel de Oliveira não concorda com a decisão tomada pelo vereador, tendo levado a questão ao encontro da passada sexta-feira com o presidente. O administrador-delegado dos SMTUC fez ver junto de João Paulo Barbosa de Melo que o vereador João Orvalho não tinha necessidade de ter tomado tal decisão, o que acabou por convencer o presidente da necessidade de revogar a decisão tomada anteriormente pelo vereador da educação.
João Orvalho escusou-se ontem a comentar ao DIÁRIO AS BEIRAS a situação em causa. Quanto a Manuel de Oliveira, mostrou estranheza pela tomada de decisão do vereador. “Fez um despacho com base não sei em quê”, comentou, para logo de seguida referir que todos os autocarros são vistoriados obrigatoriamente de seis em seis meses e que no dia 28 de fevereiro “o Cidade de Coimbra passou na inspeção obrigatória”.
João Paulo Barbosa de Melo entende a preocupação de João Orvalho, até pela idade do veículo (13 anos e mais de 300 mil quilómetros), mas reconheceu que em lado algum do relatório são postos em causa pontos vitais do autocarro como a direção e os travões. “As anomalias têm mais a ver com a estética, pois parte da chapa está ferrugenta. São pormenores que não colocam em risco, segundo o relatório, a segurança de quem lá viaja”, referiu.
A questão está a merecer a atenção do executivo que, desta forma, já está a tentar encontrar uma solução para o veículo. É que, nos últimos meses, o autocarro tem estado ao serviço do departamento de educação da câmara, sendo utilizado para o transporte de crianças. “Não estando em causa a segurança, o autocarro vai continuar a operar. Mas estaremos atentos e, à mínima suspeita, mandaremos pará-lo”, disse. A solução encontra-se neste momento a ser equacionada pela câmara, podendo passar pela aquisição de um veículo novo ou usado mas com poucos quilómetros.
Relatório da discórdia
No documento, a que o DIÁRIO AS BEIRAS teve acesso, é dito que o sistema de ar condicionado “está obsoleto e sujeito a avarias frequentes” e a carroçaria apresenta sinais “de grande degradação, com vestígios de corrosão ao nível de painéis exteriores e tampas de bagagem”. No interior, o veículo apresenta “alguma deformação e ondulações nos painéis” e o revestimento dos bancos “encontra-se desgastado com aspeto roçado”. “O volante apresenta-se com início de desagregação de material”, refere o documento. Problemas ao nível da caixa de velocidades, “o que o torna pouco fiável”, é outra das conclusões.
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