Mais de 800 pessoas em cerca de 400 canoas desceram este domingo (1) o rio Mondego, entre Penacova e Coimbra, para protestar contra a construção de uma mini hídrica na Foz do Caneiro. O protesto foi o maior realizado num rio em Portugal e, segundo a organização, a plataforma Mondego Vivo, “um dos maiores da Europa”.
O extenso e colorido carrossel de canoas, que partiu a jusante da ponte de Louredo para percorrer cerca de 12 quilómetros, teve como objetivo impedir que a mini hídrica da Foz do Caneiro, com um paredão de 10 metros, seja erguida.
Na mira do protesto está a defesa da atividade turística (canoagem), da proteção à lampreia e ainda da atividade agrícola nos terrenos que poderão ficar submersos nos quatro quilómetros de albufeira prevista no projeto.
Serpa Oliva, um dos participantes frequentes nas descidas do rio, deputado do CDS e candidato por Coimbra às eleições de 05 de junho, presente neste protesto, lembrou à Lusa o “paradoxo” que é “ter gasto três milhões de euros na Ponte Açude para permitir que a lampreia suba o rio e depois bloquear essa mesma subida com um paredão de 10 metros uns quilómetros a montante”.
Carlos Costa, um dos muitos jovens que hoje estiveram na descida do Mondego, lamentou à Lusa a “cegueira” que tomou conta de “alguns governantes” que tomam decisões “sem medir as consequências como é o caso” colocando em causa uma atividade económica com mais dividendos para o país que os megawatts previstos por esta mini hídrica.
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