Álvaro Amaro
Tive alguma esperança de que fossem ouvidas mensagens importantes para que o País pudesse discutir neste período de campanha as questões sérias com que está confrontado nos próximos anos.
Falta uma semana para o seu terminus e a minha esperança vai-se desvanecendo. Mais uma vez, são os pequenos “fait-divers” que ocupam o tempo e o espaço, como que não houvesse desta vez um programa “afixado” que se designa por memorando de entendimento com a tão falada troika.
Esta campanha, se levada totalmente a sério, deveria ter em conta essa obrigação. Infelizmente, não é o caso.
Os que não assinaram, PCP e BE, já adiantam o que vem por aí para justificar as acções de rua contra tudo e contra todos. O CDS diz que sim ao acordo, mas que pôs reservas.
É uma situação bem curiosa e taticamente inteligente para quem quiser acreditar que as reservas, sejam quais forem, vão valer de alguma coisa.
O PSD, com coragem, diga-se, não esconde nem omite que este é um “mal necessário” face às circunstâncias do País.
O PS, por seu lado, bem tenta convencer que não devia haver ajuda externa, porque o tristemente famoso PEC 4 resolveria tudo.
Se tal mensagem por absurdo fosse perceptível, quase teríamos uma situação caricata de benefício eleitoral para quem nos submeteu a tal castigo.
Então e o PEC 1? E o 2? E o 3?
Bem pode o PS esforçar-se, que o País e os Portugueses jamais perceberão que alguém com tamanho falhanço não voltasse a falhar.
As oportunidades aproveitam-se, não se desperdiçam.
E ainda se ao menos tivessem a humildade de reconhecer!! Mas não. Tudo estava certo até todos levantarem a voz (não apenas o PSD) para bem alto dizerem que… bastava de tanto desperdício.
Agora resta-nos aguardar a resposta final.
Falaremos depois de 5 de Junho. Mas a partir daí começarão os verdadeiros trabalhos para o País.
E que pena não o podermos discutir com a autonomia de decisão a que estávamos habituados.