Ana Jorge defende sistema ferroviário para Ramal da Lousã

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Foto de Gonçalo Manuel Martins

A candidata do PS por Coimbra, Ana Jorge, esclareceu à agência Lusa que defende um sistema ferroviário para o Ramal da Lousã, contrariando declarações publicadas em que admitia a substituição por um sistema rodoviário.

Numa entrevista ao Diário de Coimbra, publicada na edição de hoje, a cabeça de lista socialista, atual ministra da Saúde, admitiu como solução para o Ramal da Lousã, que liga Serpins (Lousã) a Coimbra, a instalação de autocarros em vez da ferrovia.

“Há alguns problemas relacionados com os túneis porque pode haver ali um meio de transporte relativamente leve e menos moroso (autocarros). Este pode ser o caminho a seguir, mas é preciso ver a compatibilização desse tipo de autocarros dedicados com os túneis”, lê-se na entrevista.

Num esclarecimento feito à agência Lusa, através da assessora de imprensa, Ana Jorge disse que as suas declarações estavam descontextualizadas e deixou claro que a “prioridade é a conclusão das obras no Ramal da Lousã, para num horizonte temporal de 2014 o troço Serpins (Lousã)-Parque (Coimbra) seja uma realidade”.

“Este troço deve ser servido obviamente por um modo de transporte pesado, que é naturalmente ferroviário, isto é por metro ligeiro de superfície”, referia a declaração, em que a candidata socialista assume que o Sistema de Mobilidade do Mondego é “um projeto estruturante para os concelhos de Miranda do Corvo, Lousã e Coimbra”.

Ana Jorge refere também: “não podemos ignorar que foi levantada a possibilidade de introduzir um modo de transporte mais leve, que seria necessariamente mais barato, mas isso implicaria adaptações técnicas de traçado que, aliadas à menor capacidade de resposta, faz com que esta opção, apesar de ponderada, não me pareça a mais adequada”.

As declarações da cabeça de lista do PS por Coimbra motivou a reação do Movimento Cívico de Miranda e Lousã, que considerou Ana Jorge “persona non grata”, da autarquia de Miranda do Corvo e da distrital do PSD.

“Estamos indignados e revoltados com a senhora Ana Jorge. O seu espírito antidemocrático e de desprezo pelo distrito e especialmente por Coimbra, Miranda e Lousã, merece a crítica frontal”, defende o movimento.

“A senhora Ana Jorge, não pode vir contrariar a decisão unânime da Assembleia da República, defendendo uma solução em autocarros”, sublinha ainda o documento, referindo-se aos projetos de resolução aprovados pelos deputados em fevereiro deste ano, em resposta à supressão de trabalhos em duas empreitadas que estão a decorrer no canal.

Em comunicado, a presidente da Câmara de Miranda do Corvo, Fátima Ramos (PSD), mostrou-se “estupefacta” com as declarações da ainda ministra da Saúde, e reclamou para aquela linha “um sistema ferroviário de transporte”.

“Nenhum governo tem o direito de destruir um sistema existente que transportava mais de 1,2 milhões de pessoas por ano, investir milhões de euros e depois colocar o projeto em causa”, sublinhou a autarca, considerando que se está perante uma “irresponsabilidade”.

O PSD de Coimbra recorda que Ana Jorge, no dia 06 de maio, na apresentação da lista por Coimbra, disse que o “PS quer dar continuidade ao Metro Mondego, tendo como prioridade o primeiro troço Serpins – Parque, num horizonte temporal de 2014”.

“É tempo de mudar de vida e acabar de vez com a mentira e a irresponsabilidade de quem não só não sabe governar, como não tem o mínimo respeito pelo povo e lhe mente descaradamente!”, referem os social-democratas num curto comunicado.

Hoje, na Figueira da Foz, onde fez campanha ao lado de José Sócrates, Mário Ruivo, João Portugal e demais candidatos do PS, Ana Jorge falou com os jornalistas sobre ao assunto.

“Não respondo a provocações, porque acho que não faz sentido”, reagiu assim ao movimento cívico que defende o Metro Mondego e reivindica a substituição da cabeça de lista do PS por Coimbra, na sequência da citada entrevista.

“As minhas declarações não foram aquelas, aquilo foi completamente truncado, foi retirada uma parte do excerto”, acrescentou a recandidata socialista, salientando que defende a ferrovia Serpins/Parque.

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