Dados intermédios da avaliação do rastreio do cancro da mama em Portugal, divulgados esta quinta-feira (14) em Coimbra, permitem concluir que existe uma sobrevivência maior no caso dos tumores rastreados comparativamente aos outros.
Segundo o epidemiologista Vítor Rodrigues, da direção da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), os cancros rastreados são mais pequenos, “diagnosticados mais precocemente”, e verifica-se “uma maior percentagem de não envolvimento ganglionar, comparativamente àqueles que não vêm do rastreio”.
“Há uma sobrevivência maior no caso dos cancros de rastreio comparativamente aos outros. Só agora é que começamos a ter estes dados, indiretamente já começamos a ver que provavelmente o impacto na mortalidade vai acontecer”, disse Vítor Rodrigues aos jornalistas
O professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra foi um dos oradores no congresso “Duas décadas de rastreio do cancro da mama em Portugal”, que decorre até sexta-feira em Coimbra.
“Temos alguma evidência indireta da redução da taxa de mortalidade, mas evidência direta ainda não”, disse Vítor Rodrigues na sua comunicação, sobre o desenvolvimento do rastreio do cancro da mama em Portugal.
A região Centro foi pioneira neste rastreio há 20 anos, embora só tenha ficado completamente coberta em 2001.