PS precisa de serenidade

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Luís Vilar

A situação caricata que recentemente se verificou numa Direcção Regional, em Coimbra, não só é condenável ao nível dos princípios que o PS sempre defendeu como demonstra a desorientação e a falta de senso de quem desempenha cargos de nomeação política. A formação política é uma das principais exigências para quem exerce estes cargos ou, em alternativa, terem uma boa assessoria política independentemente do grau académico ou do cargo que ocupam. Esta Direcção Regional transformou um não acto noticioso, num escândalo de “delito de opinião” com direito a telejornais, deixando ficar mal colocado o Governo que os (as) nomeou, fazendo lembrar o velho ditado que há pessoas “mais papistas que o Papa”.

No meio de tudo isto, valeu ao PS o discernimento do Ernesto Paiva que se recusou a dar entrevistas às Televisões, o que se tivesse acontecido, ficaria demonstrado que a Direcção Regional tomou uma atitude só comparável aos velhos tempos, em que um funcionário público tinha de recusar o livre pensamento para ter emprego.

Mas, é bom lembrar que o Ernesto Paiva, por força de legislação governativa, não era um mero burocrata dessa Direcção Regional, uma vez que mantinha uma turma que leccionava numa das melhores Escolas do sector público de âmbito nacional. E, foi exactamente nessa qualidade de Professor que emitiu a sua opinião como tantos outros e, de forma muito “soft”, dizer o que pensa sobre uma ou outra matéria educativa, o pudesse colocar na situação de ser saneado como na verdade o foi.

Pasme-se, um militante do PS/Coimbra com um passado reconhecido por diversos Governos, há mais de 15 anos, é saneado porque uma Direcção Regional de nomeação do Governo do PS afirma que perdeu a confiança nele. Como se isto fosse motivo sério e justo para o efeito. Já pensou a actual Direcção Regional que pode ter perdido a confiança do PS e, em particular, das estruturas democraticamente eleitas do PS/Coimbra?

Neste caso concreto, não se poderá atribuir culpas ao Governo, por uma atitude inqualificável de uma Direcção Regional.

Como dizia um amigo meu, muitas vezes é preciso dizer umas asneiras e tomar atitudes erradas para se ficar conhecido. Nem isso aconteceu, como uma ilustre desconhecida que exerceu a sua autoridade prepotente, violando os principais valores e princípios do PS e, arrisco a dizer, de um qualquer regime democrático.

Poderia ficar calado e não mexer mais no assunto, mas pelo que vou verificando em alguns sectores a asneira parece estar instalada e, a seguir, quem fica com o ónus destas atitudes não são os ilustres desconhecidos, mas sim o Governo e o PS.Portugal e os Portugueses precisam de atitudes serenas, confiança e sensatas para acreditar no futuro. A crise económica, financeira e social que Portugal e a Europa atravessam não é para divisões ou falsos protagonistas.

A frase que dedico, a esta Direcção Regional, é uma adaptação da Juan Carlos: “ Porque no te piensas”.

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