Honrar a memória de Chaves e Castro

Spread the love

A notícia da morte é sempre dolorosa, seja de pessoa amiga, simplesmente conhecida, ou não. Traz sempre um travo amargo de tristeza e fecunda um sentimento de saudade e de dor íntima, maior, quando corresponde a alguém que nos é querido e ou muito estimado.

O falecimento do Dr. Manuel Chaves e Castro (pai do Dr. Carlos Encarnação), tocou-nos, sobremaneira, porque mantivemos com a sua pessoa durante muitos anos e graças às afinidades culturais que enraizavam a nossa amizade, uma saudável relação familiar e uma inquestionável admiração pela sua dinâmica e actividade cultural, pela capacidade criativa e pelo pendor de cidadão empenhado na sua Coimbra e em tudo o que pudesse valorizá-la e engrandecê-la, a par do devotado amor à cultura popular. O currículo que o abona, espelha-se na dedicação ao turismo e cultura da nossa cidade e na região nortenha, onde desenvolveu, mais tarde, enorme actividade cultural. Mentor de iniciativas relevantes que perduram no tempo e no espaço, encontramos no livro, nº. 15, da colecção “Coimbra-Património”, editado pelo Departamento de Cultura, em 2009, e da autoria da Drª. Sandra Correia, o manancial de trabalho turístico/cultural deste mago da Cultura.

Chaves e Castro prestou um serviço incomensurável de doação à urbe, à comunidade, à região e ao país, devotando-se sem desfalecimentos às causas sublimes da cultura, fecundou e multiplicou a vertente turístico/cultural ao ter sido convidado pelo Executivo camarário, deixando o cargo de Conservador do Museu Machado de Castro. Criou a secção Etnográfica e Etnológica, objectivando recolher e agrupar, num único espaço, todo o espólio daquela área específica, de forma a representar a vida do povo do concelho, com os seus cantares, artesanato, crenças e costumes. Depois, escolheu a Torre de Almedina para albergar o Museu. E, jamais parou a sua intensa e frutuosa criatividade e acção, fundando a Agência de Turismo (depois Posto), à Portagem, a Comissão Municipal de Turismo, instituição que fomentou publicidade a nível nacional e internacional, atraiu milhares de turistas a Coimbra, deu a conhecer o seu património e as belezas dos arredores, ampliou o Dia do Turista, organizou exposições de todo o género cultural, desfiles e cortejos, deu impulso significativo às Festas da Cidade, abraçou a iniciativa das noivas da Rainha Santa, apoiou a hotelaria e o campismo, editou livros, brochuras, roteiros, realizou conferências, colóquios e palestras, promoveu a gastronomia, apoiou os grupos de folclore, de teatro e de música, as filarmónicas, as Associações recreativas, fomentou as visitas guiadas, etc. Em Ceira fundou com outros ceirenses o Grupo Folclórico e a Casa do Povo e desenvolveu cultural e socialmente a freguesia. Na região norte, como responsável pela cultura, fundou, acarinhou, apoiou e promoveu as mais diversas iniciativas e instituições, sendo co-fundador da Federação de Folclore Português. Concluímos, deixando a sugestão para Coimbra – Cultura e Turismo – lhes prestarem a devida homenagem, sem esquecermos o Grupo Folclórico e a Casa do Povo, para o mesmo motivo.

 

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

*

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.