O ex-funcionário da Câmara Municipal de Pombal que terá desviado cerca de meio milhão de euros de uma conta da autarquia começa a ser julgado dia 21 pelos crimes de peculato e falsificação de documento.
O arguido, que será julgado por um coletivo de juízes do Tribunal Judicial de Pombal, era responsável pela gestão financeira do município, onde entrou em 1978, tendo sido demitido no final do ano passado no âmbito de um processo disciplinar. Segundo o despacho de acusação, ao qual a Lusa teve acesso, Vítor Leitão, que se encontra em prisão preventiva, é suspeito de entre 16 de dezembro de 2009 e 16 de julho de 2010 ter efetuado 71 transferências bancárias, no valor total de 541.733,51 euros, de uma conta do BPI titulada pela câmara para cinco contas pessoais.
“Como era o arguido que tinha a função de conferir os extratos bancários, apresentava diariamente ao presidente da câmara documentos com saldos que não correspondiam aos saldos reais e ocultava os documentos que provinham do BPI numa pasta onde guardava outros documentos pessoais”, lê-se no documento. Para o Ministério Público (MP), quatro contas bancárias do arguido foram, no período em causa, “totalmente aprovisionadas com verbas transferidas” da conta do município, quantias que o suspeito utilizou para variados fins.
A Câmara de Pombal, que recuperou 14.769,50 euros, constitui-se assistente no processo e pede uma indemnização de 526.964,01 euros.