As empresas de transportes de mercadorias vão paralisar, por tempo indeterminado, a partir das 00H00 de segunda feira, uma paralisação que pretendem pacífica, revelou hoje o presidente de uma das associações do setor.
Em declarações aos jornalistas, no final de uma reunião que juntou cerca de 400 empresas do setor, Pedro Morais, da Associação de Transportadores de Terras, Inertes, Madeiras e Afins (ATTIMA), disse que a decisão de paralisar “não é” da direção das associações mas dos transportadores.
“As associações não organizam paralisações”, sublinhou.
Frisou que os dirigentes associativos foram “eleitos pelas pessoas” e estão “sujeitos” às decisões dos associados.
“E os transportadores hoje decidiram paralisar”, afirmou.
De acordo com o responsável da ATTIMA a paralisação vai iniciar-se às zero horas de segunda-feira “quando começa a semana”, explicou.
A organização do protesto, adiantou, “ficará a cargo das empresas”, acrescentando que os empresários de transportes “tomarão as medidas que acharem necessárias para parar”.
Disse ainda, aludindo às negociações em curso com o Governo, sobre reivindicações onde se integra o preço do gasóleo, descontos nas autoestradas SCUT e legislação laboral, tem havido “poucas soluções no imediato”, ao contrário do que os transportadores pretendem.
Pedro Morais aconselhou as empresas que aderirem à paralisação a pararem os camiões nos parques, apelando a um protesto pacífico e à colaboração das autoridades.
“Não à violência. Apelo às autoridades para serem colaborantes no sentido de solicitar a algumas empresas que ainda pensem em circular par os aconselhar vivamente a parar”, defendeu.
Embora alegando que as associações “não se podem responsabilizar por ações menos corretas de eventuais piquetes”, disse temer o “aproveitamento” da situação por parte de “algumas pessoas revoltadas”, que possam praticar “ações menos dignas”, frisou.
“Deixo aqui o meu apelo veemente às autoridades para colaborarem connosco no sentido de evitar desgraças como houve em 2008”, enfatizou.
A paralisação começou a desenhar-se durante a reunião de hoje quando um transportador, no uso da palavra, promoveu uma votação de braço no ar entre os presentes, concluindo que mais de 99 por cento concordava com o protesto.
Questionado sobre a duração da paralisação, Pedro Morais frisou que as associações foram mandatadas para continuarem as negociações com o Governo mas as empresas “estão na disposição de se manterem paradas até que, efetivamente, tenhamos acordos vinculados sobre os cadernos que foram apresentados”, disse.
Na mesa que presidiu ao encontro de hoje, para além da ATTIMA, estiveram também representantes das associações Nacional das Transportadoras Portuguesas (ANTP) e Nacional de Transportes Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM).
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