A câmara de Castanheira de Pera pediu ao Ministério Público para investigar o alegado desvio de verbas por parte de um administrador da empresa municipal que se demitiu esta semana, disse o presidente da autarquia.
Fernando Lopes explicou que na segunda-feira a câmara municipal foi informada, pela empresa municipal Prazilândia, da demissão do administrador, tendo “no mesmo dia comunicado ao Ministério Público a suspeita de desvio de dinheiro para fins próprios”.
Segundo o autarca, o administrador, António Bebiano Carreira, que era, também, diretor do jornal O Castanheirense, propriedade do município, “demitiu-se do cargo quando foi confrontado com a ausência de documentos de suporte de despesa”.
“Ele assumiu as culpas e demitiu-se”, adiantou Fernando Lopes, esclarecendo que foi convocada uma reunião extraordinária da autarquia, que se realizou na quinta-feira, “para dar conhecimento a todo o executivo da situação”, tendo sido igualmente já informada a presidente da Assembleia Municipal.
Fernando Lopes acrescentou que a autarquia “não vai abrir nenhum inquérito” para apurar as circunstâncias em que ocorreu o suposto desvio de verbas, remetendo essa matéria para as instâncias próprias, mas deliberou “realizar uma auditoria à empresa municipal desde a sua fundação”, em 2003, ano em que António Bebiano Carreira entrou para o conselho de administração.
O autarca disse ainda que a situação lhe causou “surpresa”, referindo que se trata de um “cargo de confiança”.
Questionado sobre a quantia que poderá ter sido desviada pelo administrador com funções executivas, o presidente da Câmara Municipal de Castanheira de Pera apontou “alguns milhares de euros”, mas remeteu pormenores para as conclusões da investigação do Ministério Público.
A empresa municipal Prazilândia gere o Parque Azul, que inclui a praia das Rocas, os museus Casa do Tempo e do Lagar do Poço Corga, e edita o jornal O Castanheirense.
A agência Lusa tentou contactar, por diversas vezes, António Bebiano Carreira, mas sem sucesso.
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