Apenas dez por cento dos 600 mil portugueses, na sua maioria mulheres, que sofrem de incontinência urinária recorrem a ajuda médica, segundo dados da Associação Portuguesa de Urologia (APU) revelados este domingo (13).
As mulheres portuguesas são as mais afetadas por esta doença (40 por cento), sendo que no grupo etário entre os 45 e os 65 anos a proporção de casos de incontinência urinária é de três mulheres para cada homem. O presidente da Associação Portuguesa de Neuro-Urologia e Uro-Ginecologia, Paulo Dinis, alerta que “a percentagem de doentes que recorrem ao médico por problemas de incontinência comparada com a percentagem dos que se automedicam ou auto-protegem é de apenas 10 por cento, o que é grave”.
“Hoje dispomos de armas terapêuticas capazes de curar ou controlar a maior parte das situações. Por este motivo os doentes devem procurar ajuda e perceber que a incontinência urinária corresponde a uma situação clínica com tratamento, sobretudo se abordada na fase inicial”, defende.
A incontinência urinária resulta da incapacidade em armazenar e controlar a saída da urina. “Como se trata de um assunto que toca a intimidade da pessoa, a incontinência urinária ainda é encarada como um tabu que condiciona a vida do doente a vários níveis: pessoal, familiar, social e laboral”, defende o especialista.
A Semana da Incontinência Urinária, que afeta mais de 60 milhões de pessoas em todo o mundo, é assinalada a partir desta segunda-feira (14) e até ao dia 21 de março.