Os desentendimentos entre Cláudio Rio de Mendes e o ex-sogro não eram recentes, mas culminaram da pior forma, no sábado (5), num jardim da Mamarrosa, concelho de Oliveira do Bairro. O advogado do Porto, 35 anos, foi morto à queima-roupa, enquanto visitava a filha, de três anos, fruto de uma relação com uma magistrada, da mesma idade, atualmente colocada no juízo de média instância criminal de Ílhavo.
Era o dia de mais um encontro autorizado pelo tribunal e, como tinha acontecido há 15 dias, Cláudio deslocou-se à localidade para estar com a menina. Com ele, levava a namorada grávida de seis meses e uma sobrinha, que captou, com um telemóvel, o momento do homicídio.
“Sem que nada o fizesse prever, o avô da criança disparou cinco tiros contra o advogado, que acabou por falecer no local”, disse fonte do Destacamento da GNR de Anadia.
Depois de matar Cláudio Rio de Mendes, o alegado autor, de 63 anos, engenheiro agrónomo reformado e que agora se dedicava a negociar terrenos, entregou-se no posto da GNR de Bustos e entregou o revólver.
De acordo com os amigos da vítima, “Cláudio era louco pela filha”, um amor que, não raras vezes, era manifestado na rede social Facebook. Ontem (6), a Associação Para a Igualdade Parental e Direito dos Filhos decretou “luto pela morte de um dos seus associados quando ia buscar a sua filha”. “Cláudio Mendes foi morto por nunca desistir de assumir a sua responsabilidade como pai – responsabilidade que lhe quiseram tirar, de facto e judicialmente, a todo o custo e que agora, com o seu assassinato, conseguiram”, referiu a associação.
O caso está a ser investigado pela PJ de Aveiro. O suspeito vai ser presente a tribunal durante o dia de hoje (8).
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