Empresária da Figueira da Foz vítima de tentativa de burla

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Decorria a tarde do dia 18 de dezembro de 2010 quando um funcionário do restaurante Caçarola 1, na Figueira da Foz, atendeu o telefone. Do outro lado da linha, um indivíduo, que se identificou como Pedro Lima, inspetor da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), pedia para falar com a gerência, contou Graça Mortágua ao DIÁRIO AS BEIRAS.

Aquele indivíduo, recorde-se, contactou vários estabelecimentos da cidade, tal como o nosso jornal adiantou recentemente em primeira mão. O burlão atuava por telefone, exigindo a transferência de dinheiro e ameaçando com o encerramento dos restaurantes. Um empresário chegou a pagar duas quantias no espaço de 24 horas. Dias depois, a PJ deteve o burlão em Leiria.

Porém, a história de Graça Mortágua teve um desenlace feliz. O empregado que atendeu a chamada cedeu ao falso inspetor o número de telemóvel da gerente. De referir, aliás, que o indivíduo já tinha ligado para o restaurante, na noite anterior, mas não conseguiu chegar à fala com os proprietários.

Alega fiscalização “à paisana”

Graça Mortágua estava em viagem quando o telefone tocou, com número anónimo. “Perguntou-me se o meu nome era Graça, se era proprietária do Caçarola 1, e disse-me o nome do funcionário com que tinha falado”, relata. Depois de se identificar, o burlão informou que a gerente devia comparecer no restaurante com um advogado, dois dias depois.

“Ele disse que dois inspetores, que não se identificaram, comeram no restaurante e o funcionário não registou as refeições. E que foram enviadas duas cartas para pagar uma multa”, explica. Depois de pedir ao burlão um número de telefone para lhe ligar mais tarde, Graça Mortágua só pensava que “qualquer coisa não batia certo, que era uma brincadeira”, diz.

Burla presa por um fio

Mas, quando chegou ao seu restaurante, a filha estava “em pânico”, descreve. Isto porque, entretanto, e já a par da conversa entre o burlão e o funcionário, a filha de Graça Mortágua ligou para o número deixado pelo falso inspetor, que lhe relatou o mesmo “conto do vigário”.

“Mas à minha filha disse que a multa era de 400 euros, que tinha de ser paga em duas prestações, e deu-lhe o número da conta para depositar o dinheiro”, afirma a proprietária, aproveitando para lembrar que “não são só os idosos que caem nestas situações”. Pronta para satisfazer o pedido do burlão, a filha da gerente foi impedida pelo namorado e pela mãe, que chegara entretanto.

Desistiram da transferência após ligarem para o advogado, que as alertou para a possibilidade quase certa de burla, e lhe disse para solicitarem o número do processo. Ao verificar que o dinheiro não tinha sido depositado, supõe Graça Mortágua, o falso inspetor ainda tentou novos telefonemas, que não foram atendidos.

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