Há uma ferramenta informática, desenvolvida pela empresa de Coimbra Emptor (Business Services and Consulting), que faz a contabilidade das pequenas e médias empresas à distância, mas em tempo real, incluindo o relatório financeiro do mês, as obrigações fiscais e o processamento dos salários. Tudo através de um clique, porque a informação está disponível numa página dedicada de internet gerida pela Emptor para cada cliente. Nuno Silva, sócio gerente, explica que, ao longo dos oito anos de existência da empresa, “foi desenvolvido um processo apurado de digitalização de documentos” que integram a respetiva página web de gestão financeira.

É aquilo a que se chama “escritório virtual”, conceito ainda pouco vulgarizado em Portugal – pelo menos entre as PME -, mas que traz vantagens evidentes para o funcionamento das empresas/clientes, libertando-as de tarefas administrativas como a faturação, gestão de pagamentos e recebimentos, tesouraria e gestão documental. Assim as PME não têm sequer que adquirir sofware de gestão.

Tesourarias sem sobressaltos

Numa época em que o grau de exigência do Estado face às obrigações fiscais é cada vez maior, com coimas pesadas, tomar decisões atempadas evita que as tesourarias passem por sobressaltos. É isso que os serviços da consultora de Coimbra tentam fazer perceber aos seus clientes, embora Nuno Silva reconheça que há empresas que estão a alargar os prazos médios de pagamento, afetando mesmo as obrigações fiscais, mas têm de perceber os malefícios destas situações”.

Planear a tempo e horas

O planeamento é fundamental na atual conjuntura económica, por isso foi desenvolvida uma metodologia de ajuda às empresas em tempo real, cujo acrónimo é MARTAS: Metas, Agenda, Relatórios, Tarefas e (de novo) Agenda. Representa um ciclo de procedimentos para quebrar “a velha tradição de fazer tudo em cima da hora”.

A forte base tecnológica desenvolvida tem aqui um papel importante, ao ponto da Emptor estar a estudar a possibilidade de comercializar a ferramenta web de gestão de contabilidade, para que outros escritórios de contabilidade a utilizem. O que falta para dar este passo? “É necessário testar todo o sistema para eliminar quaisquer falhas”. Chegados a esse ponto, um dos setores da Emptor passará a funcionar como plataforma eletrónica de toda esta rede.

Business Center do Arnado

Depois de ter nascido em instalações da Avenida Fernão Magalhães, a estrutura empresarial evoluiu para a Quinta do Casal da Eira (Solum), fixando-se nos últimos três anos no 11.º andar do Business Center do Arnado.

Com 15 colaboradores em diversos escritórios e outros cinco em Cabo Verde, onde a Emptor abriu uma empresa local no ano passado, os serviços estão vocacionados para empresas de todos os ramos, embora os setores da saúde (clínicas) e construção civil se destaquem. O volume de vendas ronda um milhão de euros, com um crescimento médio anual de 12 por cento.

Um dos mais recentes projetos passa pelo desenvolvimento do conceito de Business Network Internacional (BNI) que já evoluiu para a constituição de dois grupos: o BNI Mondego e o BNI Alpha. O funcionamento é simples e passa por agregar sinergias entre empresas de diversas áreas de negócio, que pode chegar às três dezenas, para partilha de infomação de negócios e parceiros, sem que haja lugar a pagamento de comissões.

De acordo com o a BNI Portugal, “ser ativo no BNI é como ter 40 vendedores a trabalhar para si, pois os seus colegas membros podem trazer os seus cartões de visitas e referenciarão o seu negócio a pessoas com quem se encontrem, sem que tenha de lhes pagar quaisquer salários ou comissões”.