Coimbra e todo o Baixo Mondego não podem afastar um cenário grave de cheias. O que podem, garantem o governador civil do distrito, Henrique Fernandes e o comandante distrital da Proteção Civil, António Martins – é “dormir descansados porque os serviços estão preparados para todas as eventualidades”.
E se chovesse torrencialmente durante dias? Coimbra e a região do Mondego corriam riscos sérios de uma catástrofe? Henrique Fernandes e António Martins reconhecem que é impossível dizer que as situações de cheias não podem voltar a acontecer, como em janeiro de 2001”. Mas, apesar das (in)certezas, uma coisa garantem: “Tudo está preparado para evitar a repetição da situação vivida em janeiro de 2001 que foi uma situação excepcional”. “Apesar de todas as dificuldades que se possam sentir na previsão e acompanhamento das situações, todos sabem o que pode acontecer e o que cada um tem de fazer”, adianta o governador civil.
O DIÁRIO AS BEIRAS esteve no CDOS, que centraliza o comando das operações em caso de emergência e prestação de socorro, e durante a visita confirmou a ligação em tempo real aos mais diversos serviços municipais, distritais, nacionais, públicos e privados.
“Numa sociedade ideal, os principais agentes de proteção civil são os cidadãos. Mas a mentalidade em Portugal ainda é a de deixar para os outros, nomeadamente, para o Estado, a responsabilidade de tudo”, adianta António Martins que, quando confrontado com as tragédias vividas recentemente no Brasil ou na Austrália, garante: “Poderemos sofrer situações de inundações e de deslizamento de terras, mas, felizmente, nunca teríamos uma catástrofe àquela dimensão”.
O CDOS tem identificado um conjunto de riscos na área do distrito de Coimbra, bem como a previsão dos meios a utilizar em caso de necessidade e sempre coordenados com outros agentes da proteção civil, como as autarquias e os serviços municipais de proteção civil, os bombeiros, o INEM, a GNR, PSP, o Exército e um conjunto de entidades privadas a que se recorre quando estão esgotados os meios públicos.
O Plano Operacional Distrital para cheias no distrito de Coimbra tem um plano único de alertas que é dado pela água que passa no Açude Ponte. E existe, ainda, um plano específico para cada grau de alerta.
Contra os que dizem que nada foi feito desde as cheias de 2001, António Martins garante que se aprendeu com a experiência. “O plano vermelho passou a estar abaixo do nível existente nessa altura, o que permite fazer um alerta mais eficaz às populações”, sublinha, explicando que “é feita uma monitorização nas 24 horas sempre que há situação de chuva excessiva”.
E mais: “Os planos são dinâmicos e permanentemente atualizados junto das entidades envolvidas e dos meios disponíveis”, reforça Paulo Palrilha, segundo comandante do CDOS, explicando que o comando nacional difunde as metodologias e ativa os níveis de alerta distrito a distrito, cabendo ao CDOS pôr os planos em execução.