O coordenador do processo de revisão do programa do PSD defendeu ontem (5) em Aveiro que a iniciativa privada de empresas e outras entidades civis é determinante para um estado social mais eficaz que aquele que o governo socialista vem garantindo.
“A responsabilidade social das empresas e da sociedade civil, nomeadamente ao nível da saúde, é importante para garantir um estado social que não se esgota na intervenção do estado”, afirmou José Pedro Aguiar Branco durante uma conferência no âmbito do GENEPSD, a iniciativa que vem recolhendo por todo o país vários contributos para a revisão do programa do partido.
Aguiar Branco defendeu que “a pessoa é o princípio e o fim da atividade política e é preciso que o exercício do estado social se faça com mais eficácia do que tem vindo a acontecer, já que aquilo que o governo socialista tem vindo a fazer é destruí-lo”.
Para o dirigente social democrata, o Estado deverá intervir na parte que lhe compete, “mas é também necessário criarem-se as condições para que as entidades da sociedade civil cuja atividade tem benefícios públicos – e que atuam até melhor do que o Estado – possam desenvolver esse trabalho devidamente”.
O coordenador da revisão do programa do PSD considera que o governo socialista, “por via da má gestão dos dinheiros públicos, tem posto em causa a eficácia do estado social”, mas acredita que a sociedade civil pode compensar essa falha desde que para isso lhe sejam dadas “condições ótimas, livres de obstáculos”.
Referindo-se a uma das entidades cujo trabalho foi hoje abordado na conferência do GENEPSD dedicada ao tema “Comunidade@pt”, Aguiar Branco dá um exemplo: “A associação Raríssimas atua na área das doenças raras, que afeta 800 mil pessoas em Portugal, e pode dar um contributo muito mais válido para a saúde pública”.
Anunciando-se empenhado em “reafirmar os princípios matriciais do PSD à luz do século XXI” e em recuperar a “dimensão da pessoa”, Aguiar Branco afirmou que essas perspetivas deverão refletir-se no novo programa partidário dos sociais-democratas, que espera ver concluído até à primeira semana de março.