Laboratório Chimico. Foi no edifício pombalino onde nasceu o Museu da Ciência da Universidade de Coimbra – espaço entre “memória e movimento” – que Cristina Robalo Cordeiro escolheu apresentar, ontem, a sua candidatura à reitoria da mais antiga universidade portuguesa. E a catedrática da Faculdade de Letras, ainda vice-reitora de Seabra Santos, explicou a sua opção: este representa o passado como matriz e substância, mas é ao mesmo tempo um lugar vivo e de vanguardas entre a ciência e a cultura.
Afirmando os quatro pilares em que assenta toda a atuação da Universidade de Coimbra (UC) – investigação, ensino, interação com a sociedade, cultura –, a candidata que tem a ambição de fazer história, também por poder ser a primeira mulher a ocupar a cadeira da reitoria, que conhece “profundamente”, Cristina Robalo Cordeiro apresentou as linhas de um programa “realista, embora ambicioso”, naquele que é um tempo “de crise, de severidade e de restrições”, mas que quer transformar em tempo de “oportunidades, estímulo à criatividade e pensamento crítico”.
Internacionalização: Europa e espaço lusófono
No que respeita à sua “visão” para a UC, a candidata que acumula uma experiência de oito anos enquanto vice-reitora, tendo acompanhado todo o processo de aprofundamento da internacionalização – que afirma de novo, vocacionado agora para dois espaços fundamentais, o europeu e o da lusofonia –, condensa-a em alguns pontos chave: afirmar a universidade como bem público, socialmente responsável; entender a diversidade entre as faculdades como riqueza e fator de crescimento; conciliar a competitividade internacional com uma atitude de liberdade institucional; afirmar a noção de cidadania universitária; privilegiar o diálogo e a partilha, porque “o que conta são as pessoas”.